Sábado, 29 de outubro de 2016
Uma expressão foi ouvida com frequência na maioria dos painéis
durante a Futurecom: "internet das coisas". Embora seja desconhecida
do grande público, ela representa a revolução tecnológica que vai conectar
todos os objetos à nossa volta. Antes considerado algo muito distante pelas
empresas de telefonia, o segmento se mostra agora como uma grande oportunidade
para as operadoras nos próximos anos, já que pode ajudar essas empresas a
ganhar mais dinheiro com suas redes de banda larga.
A tecnologia, que representa uma das principais tendências para os
próximos anos, é mais simples do que parece. Ela vai permitir que todos os
objetos possam transmitir informações via internet, sejam grandes máquinas
industriais, carros, eletrodomésticos ou até mesmo peças de roupas (leia mais
ao lado). Durante a feira, algumas potenciais aplicações foram mostradas pelas
fabricantes de equipamentos.
A PromonLogicalis, por exemplo, apresentou um sistema de etiquetas
conectadas à internet, que são fixadas em peças de roupa. Ao passar a etiqueta
em um sensor, todas as informações sobre a peça de vestuário eram exibidas em
um monitor, como preço, cor e exemplos de outras roupas para combinar.
Na área de agricultura também há diversas aplicações. Um sensor mostrado durante a feira pode monitorar a quantidade de água no solo, condições climáticas e até avaliar a qualidade de verduras e legumes. "A internet das coisas pode revolucionar todos os segmentos", afirma Lucas Pinz, diretor de tecnologia da PromonLogicalis. "Com essa tecnologia, poderemos expandir o número de conexões pelo País."
Oportunidade
A quantidade de aplicações possíveis que a internet das coisas vai permitir é o que faz os olhos dos executivos de operadoras brilharem. Afinal, com tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo, a quantidade de dados que passará pelas redes das aumentará exponencialmente, o que deve alavancar a receita.
" Nós já perdemos a onda do streaming de vídeos há alguns anos",
admitiu o diretor de investimento e desenvolvimento de soluções de redes e
sistemas da Oi, André Ituassu. "Agora, nós precisamos nos transformar
internamente para monetizar essas novas tecnologias e não perder a onda de internet
das coisas."
Desafios. Entretanto, as operadoras ainda devem enfrentar muitos entraves
antes de surfar de vez a onda da internet das coisas. O primeiro desafio é
tornar as redes capazes de receber tamanho fluxo de dados. O mais difícil ainda
será fazer isso a um preço acessível para os consumidores.
"O mundo deverá ter mais de 50 bilhões de dispositivos conectados nos
próximos anos", disse o vice-presidente da companhia de software e redes
Coriant, Tarcísio Ribeiro. "As redes ainda não estão preparadas. As
operadoras precisam mudar de mentalidade para se adaptarem ao que será exigido."
Outro aspecto preocupa: a segurança. É preciso garantir a confiabilidade
da rede para que as pessoas sintam segurança em transmitir dados para a rede a
partir de sua casa, carro e até de um marca-passo.
"É preciso ter uma preocupação real com a segurança da internet das
coisas", afirma o presidente executivo da Omnilink, Michel Levy. "Não
adianta focar na infraestrutura de rede e esquecermos o conforto do consumidor.
Ele tem que ser o personagem central da revolução."
Redação do PBAgora com
IOC/Fiocruz