Quinta-feira, 01 de dezembro de 2016
O prefeito de Alagoa Grande, no agreste
paraibano, Antonio da Silva Sobrinho (PSD), concedeu entrevista a Revista e
Portal O FAROL no último dia 29 de novembro. Dr. Sobrinho, como é mais
conhecido, obteve 46,67%, 7.474 votos, sendo candidato independente, pois não
foi apoiado nem pelos Carneiros(deputado), nem pelos Régis (prefeito atual).
“Não devo a político nenhum, mas ao povo de minha terra”, disse Dr.
Sobrinho
durante a entrevista. Leia na íntegra a entrevista do prefeito eleito de Alagoa
Grande.
RF – Faça uma avaliação da
campanha em Alagoa Grande
Dr. SOBRINHO- Nessa eleição observamos
um fato diferente na política de Alagoa Grande. Concorremos por quatro vezes à
prefeitura e na quinta vez conseguimos lograr êxito e vencemos as eleições
contra tudo e contra todos, somente com o apoio do povo. Uma eleição difícil
porque nós tínhamos de um lado um deputado estadual apoiado por Ricardo
Coutinho, que apoiava um candidato e do outro lado tínhamos o prefeito que
apoiava o seu vice-prefeito Beto do Sindicato do PT. Esse ano foi o ano da mudança,
não só o povo de Alagoa Grande, mas do Brasil inteiro clamava por vencer os
grupos políticos que dominavam as cidades, a exemplo de nossa terra que há 42
anos era mandada por Carneiros e Régis. Fui vice-prefeito dos dois lados,
entendo que fizeram muito por nossa cidade, mas não geraram emprego e renda
para nosso povo e eu briguei por esse aspecto. Minha campanha foi realizada
pregando a geração de emprego e renda e afirmando que a prefeitura não pode dar
emprego, mas que iríamos trabalhar para trazermos fábricas e criarmos uma
cooperativa e com isso gerar emprego na iniciativa privada. Os municípios estão
com muita carência financeira. 77% dos municípios do Brasil estão quebrados
financeiramente porque os gestores não têm recursos suficientes para administrar.
Foi uma campanha curta. Os grupos políticos de Alagoa Grande lutaram para me
derrubar, mas fomos com o apoio de Deus e do povo.
RF – O senhor falou que o forte de seu
governo será a geração de emprego e renda. Como conseguirá fazer isso diante de
uma cidade de muitos pobres e sem apoio do governo do estado?
SOBRINHO – Não importa o apoio do
governo estadual, embora seja benéfico se ele chegar. Todos os gestores têm que
ser criativos. Primeiro criarei uma cooperativa polivalente que vai atuar em
diversos seguimentos do setor produtivo. Vamos dar um exemplo: vamos trabalhar
no pólo atacadista de calçados, de produção rural…vamos preparar a mão-de-obra
para vender a essa cooperativa, a exemplo da construção civil, preparando
pedreiros, eletricistas… vamos reativar o distrito mecânico, que foi gerado mas
não teve funcionalidade. Só nesse distrito industrial vamos gerar 500 empregos
diretos. Vamos transformar Alagoa Grande num pólo produtivo, pois temos
mão-de-obra abundante e barata. Através das minhas amizades buscarei trazer
pequenas indústrias, para isso daremos incentivos fiscais. Sei que não fácil,
mas aquele que tem coragem não pode perder, só tem a ganhar. Irei transformar a
prefeitura em uma empresa, se não for assim não funciona. Nós temos a lei de
responsabilidade fiscal que diz que não podemos gastar mais de 54% do que
arrecadamos com pessoal. Temos um aumento de despesas, porque todo ano aumenta
o salário mínimo, mas não de receita, porque cai ano a ano. Só tem uma saída
para os gestores, exigir e cobrar os impostos que não são cobrados como deveria
para aumentar a receita.
RF- O senhor foi à Brasília
recentemente participar de um evento de prefeitos, o que conseguiu para seu
município?
SOBRINHO – Fomos à Brasília a convite
Confederação Nacional dos Municípios com as despesas todas pagas por eles. Mas
não fomos apenas assistir as palestras, pois o que ouvíamos lá eram
negatividades. Preferi sair ao lado do meu deputado federal Rômulo Gouveia.
Fomos a três ministérios e conseguimos conversar com os ministros e conseguimos
boas promessas para Alagoa Grande. Já no final visitamos o gabinete do senador
Raimundo Lira que se prontificou a nos ajudar com diversas emendas
parlamentares.
RF – O senhor conseguiu eleger a
maioria dos vereadores e agora está com a minoria, inclusive um dos vereadores
que rompeu é irmão do seu vice-prefeito. Aproximamos-nos da eleição da mesa da
Câmara Municipal…
SOBRINHO – Eu não me preocupo com isso,
pois entendo que é um assunto que diz respeito aos vereadores, mas nossa
política vai ser aberta. Meu trabalho vai ser em função dos meus munícipes,
irei me preocupar com a moralidade administrativa, de modo que por um acaso
encaminharmos um projeto para o legislativo e os vereadores, por motivos fúteis
quiserem impedir os projetos em favor do povo, pode ficar certo que irei a
praça pública, a rádio, colocarei carro de som e mostrarei ao povo quem são os
vereadores que elegeram. É evidente que seria melhor se fizéssemos a
presidência da Câmara Municipal. Mas a eleição da mesa da Câmara Municipal
ainda não é fato consumado, tudo pode acontecer até janeiro. O vereador tem que
ter responsabilidade, se ele for apenas fazer politicalha, se arriscará em
perder as eleições. Meu governo vai ser transparente, nada farei escondido do
povo.
RF – O senhor já tem os nomes do seu
secretariado, pode anunciar?
DR SOBRINHO – Não. Nosso secretariado
está sendo formando com muito cuidado e como nosso governo será transparente,
preciso ter cuidado nessa escolha. Estou selecionando com muito critério. Só
anunciarei o meu secretariado no último dia do ano. Divulgaram uma lista com os
nomes que não é real, criando uma certa expectativa. Pedi para o rapaz não
publicar, mas ele achou por bem publicar, o que criou prejuízo para alguns.
Teve um caso que eu pensava de convocá-lo para ser secretário meu, mas depois
dessa publicação ele não será mais. Não tenho satisfação a dar a nenhum
político, somente ao povo. Minha equipe é minha equipe e aquele que não seguir
as normas será demitido no dia seguinte.
RF – Como está sendo o processo de
transição?SOBRINHO – Está sendo pacífico, graças
à cooperação do prefeito Bôda, que abriu as portas da prefeitura em todas as
secretarias. Estamos verificando tudo. A intenção do prefeito atual é deixar a
gestão sem muitas dívidas. Estamos vendo um ambiente tranqüilo na prefeitura,
inclusive alguns secretários atuais serão aproveitados por mim, pela capacidade
que têm. Eu mesmo estou acompanhando a transição, visitando todas as
secretarias ao lado da equipe de transição.
RF – O senhor irá fazer nas áreas de
educação, saúde, lazer…
SOBRINHO – Fizemos um plano de governo
que foi bastante divulgado. Vamos fazer nosso governo em função desse plano. A
saúde aqui está caótica de verdade. O hospital está fechado há seis anos. As
crianças não nascem mais em Alagoa Grande. Meu compromisso de campanha foi
reabrir esse hospital. Existe um convênio com o governo do estado, que estamos
tentando reabilitar, mas com ou sem os recursos do estado, iremos reabrir o
hospital municipal. A nossa preocupação maior será com emprego, saúde,
segurança, educação e agricultura. Vamos resolver também a questão da água da
zona rural, inclusive conseguimos uma emenda parlamentar para comprarmos uma
perfuratriz para abrir poços artesianos. Vamos também mudar o trânsito de
Alagoa Grande, com uma fiscalização, cumprindo a lei. Já concluímos um plano de
mobilidade urbana. Vamos municipalizar o trânsito. Na verdade minha gestão vai
ser um pouco dura, drástica. Geralmente o político pensa em se reeleger, mas eu
estou preocupado em mudar os destinos de minha terra. Sonhei 34 anos em ser
prefeito de minha terra, para mostrar que Alagoa Grande tem solução. Vamos
fazer uma cidade diferente. Quero agradecer a revista e portal O FAROL e dizer
que nossa intenção é a melhor possível, se Deus nos ajudar e o povo entender
certamente faremos uma administração diferente, voltada para os mais carentes,
transformando Alagoa Grande em uma cidade produtiva. Nosso lema de campanha,
que vai continuar, é mudança e trabalho.
Amigos presentes da entrevista:
Amigos presentes da entrevista:
Portal
O Farol