Sábado, 08 de julho-(07) de 2023
Matéria da Agência Brasil
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Foto: José Cruz/Agência Brasil |
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 7,12 bilhões em recursos
esquecidos no sistema financeiro até o fim de maio, informou nesta sexta-feira
(7), em Brasília, o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema
de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 4,17 bilhões de um total
de R$ 11,29 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de
defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de maio 14.511.476
correntistas haviam resgatado valores. Isso representa apenas 26,93% do total
de 53.892.113 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em
fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 13.975.515 são pessoas
físicas e 535.961 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o
resgate, 36.592.388 são pessoas físicas e 2.788.249 são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o
saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10
concentram 62,84% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100
correspondem a 25,16% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil
representam 10,23% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1
mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto
em março, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a
possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas.
Em março, informou o Banco Central, foram resgatados R$ 505
milhões esquecidos. O valor caiu para R$ 259 milhões em abril e para R$ 232
milhões em maio.
Melhorias
A nova fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de
telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp e
inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá
uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta
no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de
fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores
de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou
representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema
informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais
transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate
de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as
informações como valor, data e CPF [Cadastro de Pessoas Físicas) de quem fez o
pedido.
Fontes de recursos
Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não
estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré
ou pós-pago encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras
encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já
disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-correntes
ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de
ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos
de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas
de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes
de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de
valores esquecidos. O BC ressalta que todos os serviços do Valores a Receber
são totalmente gratuitos e que não envia links nem entra em contato para tratar
de valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que
aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O
órgão também pede que nenhuma pessoa forneça senhas e esclarece que ninguém
está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Por: Agência Brasil