Quarta-feira, 06 de setembro-(09) de 2023
Matéria da Agência Brasil
Foto: Wenderson Araujo/Trilux
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A alta é de 18,4%. Segundo a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), os dados consolidam a estimativa recorde de produção no
país.
Nesta quarta-feira (6), o órgão divulgou o 12º Levantamento da Safra de
Grãos, momento em que a colheita se encerra. O resultado é reflexo tanto
de uma maior área plantada, chegando a 78,5 milhões de hectares, quanto de melhor
produtividade média nas lavouras, saindo de 3.656 quilos por hectares para
4.111 quilos por hectare.
A soja ainda é o produto com maior volume colhido no país, com produção
recorde estimada em 154,6 milhões de toneladas, crescimento de 23,2%. Segundo a
companhia, os efeitos do La Niña se concentraram no Rio Grande do Sul, mas
ainda assim em menor escala que no ciclo anterior. Nos demais estados, o clima
se mostrou bastante favorável, mesmo com alguns atrasos verificados no período
do plantio e da colheita.
“Nesta temporada, a soja apresentou recuperação de produtividade
em Mato Grosso do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do
Sul, também houve melhora no desempenho das lavouras, porém limitado devido às
condições climáticas não favoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa”,
explicou a Conab.
As informações sobre os efeitos do clima nas safras são disponibilizadas
regularmente pelo órgão no Boletim de Monitoramento Agrícola.
Outras culturas
Para o milho também é esperada a maior colheita já registrada na série
histórica. Nas três safras do cereal, a produção deverá chegar a 131,9 milhões
de toneladas, incremento de 18,7 milhões de toneladas em relação ao ciclo
anterior.
O arroz e feijão apresentam cenários distintos. Segundo a Conab, no caso
dos dois produtos, houve redução da área de plantio devido à concorrência
com outras culturas mais rentáveis. Para o arroz, a melhora da produtividade
não foi suficiente para compensar a menor área, resultando numa queda de
produção de 6,9%, chegando a 10 milhões de toneladas. Já para a leguminosa, o
bom desempenho das lavouras assegura colheita total de 3,04 milhões de
toneladas, 1,7% acima do resultado da safra anterior.
Entre as culturas de inverno, foi confirmado o crescimento de 11,8% na
área cultivada de trigo no país, chegando a 3,45 milhões de hectares, e uma
produção estimada em 10,82 milhões de toneladas. O resultado é 2,5% acima da
obtida na safra anterior.
Comércio
“Os bons resultados da safra brasileira colocam o país como
principal exportador de soja e milho na safra 2022/23”, destacou a Conab.
Para a soja, é esperado que o volume exportado chegue a 96,95 milhões de
toneladas. Para o milho, a estimativa da companhia indica embarques em
torno de 50 milhões de toneladas, ultrapassando as exportações
norte-americanas.
“O bom cenário para as vendas ao mercado internacional é verificado
também para farelo e óleo de soja, com exportações estimadas em 21,82 milhões
de toneladas e 2,6 milhões de toneladas respectivamente”, acrescentou.
Para o algodão, a produção recorde permite recomposição nos estoques
finais da ordem de 59%, atingindo 2,1 mil toneladas. As exportações podem
atingir 1,7 milhão de toneladas nesta safra.
Citando dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços, a Conab informou que, em agosto de 2023, foram exportadas 104,3 mil
toneladas de algodão, o segundo melhor desempenho para o mês na série
histórica, superando em 66,1% o mesmo período do ano passado.
Os boletins das safras de grãos estão disponíveis no site da Conab.
Por: Agência Brasil