Domingo, 01 de outubro-(10) de 2023
Pesquisadores usaram um
supercomputador para calcular quando a humanidade será extinta devido ao calor
extremo
Humanidade
dificilmente sobreviverá a eventos climáticos extremos (Foto: Kevin
Rheese/Flickr/R7)
Após uma onda de calor insuportável,
associada a outros eventos climáticos extremos, o assunto “fim do mundo” passou
a ser novamente discutido cotidianamente. Da mesma forma, muitos cientistas
pensam em como a humanidade pode ser extinta — ou chegar muito próximo da
extinção —, e uma pesquisa recente usou supercomputadores para calcular quando
e em que condições isso deve acontecer. As informações são do R7, parceiro
nacional do Portal Correio.
O estudo, publicado no periódico científico Nature Geoscience, previu
que, com o ritmo atual de destruição, 92% da superfície do planeta estarão
inabitáveis em 250 milhões de anos. Além disso, será formado por um
supercontinente, cheio de radiação, quase nenhuma comida e praticamente sem
mamíferos.
Abaixo, veja os principais motivos para
o “fim do mundo” e como estará o planeta na previsão do estudo.
Estresse térmico
a principal causa para uma possível extinção
da humanidade é um aumento vertiginoso de temperatura. A vasta maioria do
planeta terá temperatura acima de 40 graus Celsius, taxa muito acima da
suportada pela maioria dos mamíferos.
Supercontinente
os continentes estão à deriva e devem
formar um supercontinente, chamado por estudiosos de “Pangea Ultima”, em
referência a Pangeia, o primeiro dos grandes continentes.
Essa grande massa de terra trará
diversas consequências drásticas para o equilíbrio climático, geológico e de
ecossistemas do planeta. A movimentação constante deve causar mais atividade
vulcânica e a desertificação das áreas de terra longe dos oceanos.
Além disso, terá níveis elevados de
radiação e uma grave escassez de alimento, uma vez que grande parte das
espécies vegetais comestíveis deve ser devastada.
Áreas desabitadas
o aumento de gás carbônico emitido pelos
vulcões se juntará ao aumento da atividade solar, que queimará mais
hidrogênio e estará menor.
“O aumento da radiação solar causará
maior aquecimento. Prevê-se que o Sol seja 2,5% mais luminoso no momento da
formação de Pangea Ultima”, afirma a pesquisa. O cálculo previu que apenas 8%
do planeta serão habitáveis, bem menos que os 66% atuais.
Algumas espécies sobreviverão
levando em conta o que a ciência sabe
sobre extinções em massa no passado, é seguro apostar que algumas espécies
sobreviverão e se tornarão dominantes. No passado foram os répteis e até
vegetais, e atualmente são os mamíferos.
“Os humanos se tonarão mais
especializados em ambientes desérticos, mais noturnos ou permanecerão em
cavernas? Eu suspeito que, se pudermos sair deste planeta e encontrar um lugar
mais habitável, isso seria preferível”, aponta Alexander Farnsworth,
doutor em geociência e principal autor do estudo, que cita o exemplo da saga de
livros de ficção científica Duna, de Frank Herbert.
Os autores ressaltam que a pesquisa é
bastante incerta na previsão e leva em conta as condições atuais do planeta,
que podem mudar em alguns séculos.
“A Terra tem um ambiente muito mutável.
Os humanos têm muita sorte com o que temos agora e não deveríamos forçar o
nosso próprio clima”, conclui Alexander, que diz que uma nova espécie dominante
pode ser “algo completamente novo”.
Por: Filipe Siqueira,
do R7