Domingo, 07 de janeiro-(01) de 2024
Proposta visa preservar o poder
aquisitivo do salário mínimo e, em caso de crescimento econômico, aumentá-lo
Novo salário mínimo de R$ 1.412 (Foto: Marcello Casal
Jr./Agência Brasil)
O início do ano de 2024 trouxe consigo uma mudança significativa
para milhões de brasileiros, com a entrada em vigor do novo salário mínimo de
R$ 1.412, representando um aumento de 6,97% em relação ao piso de 2023, que era
de R$ 1.320.
Este reajuste não
apenas afeta diretamente os trabalhadores que recebem o salário mínimo, mas
também influencia benefícios como aposentadorias, pensões do INSS,
seguro-desemprego, abono salarial PIS/Pasep, e o Benefício da Prestação
Continuada (BCP).
De acordo com o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
cerca de um quarto da população brasileira, equivalente a 54 milhões de
pessoas, é impactado pelo salário mínimo.
A nova regra de
valorização:
O aumento segue a
nova regra de valorização, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em
agosto. Essa fórmula leva em consideração dois fatores: o PIB de 2022, que
cresceu 3%, e o INPC acumulado por 12 meses até novembro, fechando em 3,85%.
A proposta visa
preservar o poder aquisitivo e, em caso de crescimento econômico, aumentá-lo.
Sem essa nova política, o reajuste seria apenas pela inflação, resultando em um
valor de cerca de R$ 1.370, segundo a Constituição Federal.
Segundo o
economista, Cássio Besarria, o valor do salário mínimo é definido visando o
nível de subsistência, cobrindo necessidades básicas como vestuário,
alimentação e transporte.
"A forma de
reajuste, até 2023, se dava via inflação. O salário do ano subsequente deveria
cobrir a inflação do ano anterior. Agora, o crescimento econômico e a inflação
são os fatores utilizados para o reajuste do salário. Significa que os trabalhadores
terão ganhos reais, com o reajuste superior à inflação"
Cássio
Besarria, economista
A proposta retoma critérios vigentes entre 2007 e 2019, quando o
ganho real deixou de ser repassado ao piso durante os anos do governo
Bolsonaro.
Histórico de reajustes:
-2024: R$ 1.412 (6,97%)
-2023: R$ 1.320 (8,91%)
-2022: R$ 1.212 (10,04%)
-2021: R$ 1.100 (5,2%)
-2020: R$ 1.045 (4,7%)
-2019: R$ 998 (4,6%)
-2018: R$ 954 (1,8%)
-2017: R$ 937 (6,48%)
-2016: R$ 880 (11,6%)
A população é
incentivada a utilizar de maneira consciente esse incremento no salário mínimo,
priorizando necessidades essenciais e adotando práticas sustentáveis para
maximizar o impacto positivo na qualidade de vida.
O economista Celso
Mangueira destaca a importância da alimentação como o item de maior prioridade
e maior consumo.
"O melhor caminho a
ser seguido é pesquisar os preços dos itens de alimentação necessário para
garantir a sobrevivência da família. Adquirir os que apresentam a melhor
relação custo x benefício, consumi-los e utilizar também as melhores práticas
de reaproveitamento"
economista
Celso Mangueira
Utilizar o novo salário mínimo de forma inteligente é crucial para
famílias que dependem desse valor para sustentar suas necessidades básicas.
Aqui estão algumas maneiras de gerenciar esse dinheiro de forma eficaz:
1. Orçamento:
-Planejamento financeiro
crie um orçamento detalhado
para entender para onde vai cada centavo. Priorize despesas essenciais
como alimentação, moradia, contas básicas (água, luz, gás) e transporte.
-Evite dívidas
limite gastos desnecessários
para evitar endividamento. Evite cartões de crédito ou empréstimos, se
possível.
2. Prioridades
de gastos:
-Alimentação saudável e econômica
dê preferência a alimentos
básicos e nutritivos. Compre a granel, escolha produtos da estação e evite
desperdícios.
-Moradia acessível
se possível, busque moradias
com aluguel mais baixo ou considere dividir despesas com familiares ou
amigos para reduzir custos.
3. Economia:
-Reaproveitamento e reciclagem
busque maneiras de reutilizar
itens em vez de comprar novos sempre que possível. Isso inclui roupas,
móveis e outros objetos.
-Pesquisar preços
compare preços antes de fazer
compras, utilize cupons, promoções e descontos para economizar.
4. Educação
financeira:
-Aprenda sobre finanças pessoais
busque conhecimento sobre como
gerenciar suas finanças de maneira eficiente. Há muitos recursos gratuitos
disponíveis online e em instituições financeiras.
5. Investimento
no futuro:
-Educação e capacitação
considere investir em cursos
ou treinamentos que possam aumentar suas habilidades e oportunidades de
emprego.
-Poupança ou investimento
se houver uma quantia extra,
pense em reservar uma parte para uma poupança de emergência ou
investimentos de baixo risco.
6. Acesso a
programas sociais:
-Benefícios do governo
explore programas sociais para
os quais você pode ser elegível, como bolsas de estudo, assistência médica
ou alimentar.
7. Saúde
financeira emocional:
-Equilíbrio emocional
busque apoio emocional se o
estresse financeiro estiver impactando negativamente sua saúde mental. Compartilhar
preocupações pode aliviar a pressão.
Gerenciar um
salário mínimo requer criatividade, planejamento e disciplina. Priorize as
necessidades básicas, busque maneiras de economizar e invista em conhecimento
financeiro para otimizar o uso desse dinheiro e melhorar a qualidade de vida.
Por: Portal Correio