Quarta-feira, 14 de fevereiro-(02) de 2024
Matéria do Portal FOLHAPRESS, Sáo São Paulo, SP
Foto: Cesar Greco/Palmeiras
Nove clubes brasileiros estão entre os 100 que mais lucraram com
as suas categorias de base de 2014 a 2023, de acordo com relatório divulgado
pelo CIES (Centro Internacional de Estudos Esportivos).
Flamengo, Palmeiras,
Santos, São Paulo, Fluminense, Grêmio, Corinthians, Vasco e Athletico estão na
lista e fazem o Brasil ser o país fora da Europa que mais lucra neste mercado.
Além dos times
brasileiros, oito argentinos, dois uruguaios, um equatoriano e um mexicano
também estão no ranking. Todas as outras equipes são europeias.
Na 13ª posição, o Flamengo
é o primeiro sul-americano no ranking. Impulsionado pela venda de Vinícius
Júnior, em maio de 2017, por 45 milhões de euros (R$ 164 milhões, na época), o
clube arrecadou no total 228 milhões de euros (R$ 1,22 bilhão) no período
analisado pelo CIES.
O segundo brasileiro mais
bem colocado na lista é o Palmeiras, em 28º. O time ganhou R$ 913,2 milhões com
a venda de nomes como Gabriel Jesus, Danilo, Endrick, Gabriel Menino e Gabriel
Veron.
O time alviverde é seguido
de perto pelo Santos, em 29º, com R$ 898 milhões arrecadados no período.
Os demais brasileiros na
lista aparecem nas seguintes posições: São Paulo, em 31º (R$ 850 milhões),
Fluminense, na 36ª posição (R$ 765 milhões), Grêmio, em 40º (R$ 722 milhões),
Corinthians, no 51º lugar (R$ 567), Vasco, em 54º (R$ 551 milhões) e Athletico,
na 66ª posição (R$ 454 milhões).
No cenário sul-americano,
outro destaque é o River Plate, da Argentina, logo atrás do Flamengo, na 14ª
posição, com 223 milhões de euros (R$ 1,19 bilhão) em receitas vindas da base.
A liderança geral do
ranking do CIES é do Benfica, de Portugal, que nos últimos nove anos faturou R$
2,77 bilhões. O Ajax, da Holanda, aparece em segundo, com R$ 2 bilhões,
enquanto o Lyon, da França, fecha o pódio, com R$ 1,9 bilhão.
Para Thiago Freitas, COO
da Roc Nation Sports Brazil, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini
Jr e Gabriel Martinelli, o Brasil se diferencia nesse mercado pela qualidade de
seus jogadores.
“Em um esporte em que a
disciplina e o jogo posicional imperam, é cada vez mais valioso um atleta que
gera imprevistos e encontra soluções para momentos de pressão. Neste quesito,
seguimos insuperáveis”, afirma Freitas.
Ele acrescenta, ainda, que
a venda de jogadores se tornou uma das principais fontes de receitas dos times
brasileiros devido à fragilidade econômica do país em comparação com grandes
economias do mundo.
“Ao longo dos anos,
empobrecemos em comparação às grandes economias do mundo, o que torna os clubes
daqui mais vulneráveis e mais propensos a aceitar negociações envolvendo seus
jovens talentos”, diz ele.
Além da Europa, mercados
emergentes do futebol também estão de olho nas jovens revelações do Brasil Neste
ano, por exemplo, o atacante Gabriel Pec, 23, foi vendido pelo Vasco para o LA
Galaxy, dos Estados Unidos, por 10 milhões de dólares (cerca de R$ 49 milhões).
Gerente geral da base do
time carioca, Rodrigo Dias, diz que a venda de Gabriel Pec reflete o investimento
do clube na melhoria da estrutura de suas categorias de base. De acordo com o
cartola, por muitos anos, esse departamento não recebeu os investimentos de que
precisava.
“A gestão atual negociou
as dívidas, mantém os salários em dia e nos permite fazer investimentos
estruturais na base visando valorizar os talentos dos atletas desde a
identificação, passando pelo desenvolvimento e tendo a sabedoria de acertar no
momento da promoção”, afirmou.
O atacante Paulinho,
atualmente no Atlético-MG, está entre as revelações recentes do clube. Em 2018,
ele foi vendido por 20 milhões de euros (cerca de R$ 85 milhões na época). No
ano passado o volante Andrey transferiu-se para o Chelsea, da Inglaterra, por
18 milhões de libras (R$ 114 milhões). As duas negociações ajudaram o Vasco a
figurar entre os clubes brasileiros que mais lucram com as categorias de base.
Por: SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)