Segunda-feira, 25 de marco de 29024
Matéria do Portal do Litoral
Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão foram
presos neste domingo (24) apontados como mandantes do atentado contra
Marielle Franco, em março de 2018, no qual também morreu o motorista Anderson
Gomes. O delegado Rivaldo Barbosa também foi preso, suspeito
de ajudar a planejar crime e de atrapalhar as investigações.
Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Operação
Murder, Inc. foi deflagrada pela Procuradoria-Geral da República
(PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e
pela Polícia Federal (PF). O caso era investigado pela PF desde
fevereiro do ano passado.
Os presos passaram
por audiência de custódia – de maneira remota – na sede da PF no Rio, fizeram
exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e
serão encaminhados para a Penitenciária Federal de Brasília.
O ministro
Alexandre de Moraes tirou o sigilo da investigação. O relatório da PF citado
por ele na ordem de prisão dos suspeitos indica que o assassinato de Marielle
foi idealizado pelos irmãos Brazão e meticulosamente planejado pelo delegado
Rivaldo Barbosa, que na época era chefe da Polícia Civil do RJ.
Segundo
as apurações, o delegado deu uma “garantia prévia de impunidade” aos mandantes
do crime. Rivaldo foi nomeado para comandar a polícia um dia antes do atentado.
A defesa de Domingos Brazão
afirmou que seu cliente é inocente. O advogado de Rivaldo Barbosa, Alexandre
Dumans, disse que seu cliente não obstruiu as investigações. A defesa de
Chiquinho Brazão não havia se posicionado até a última atualização desta
reportagem.
As prisões ocorreram após a
homologação da delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar que está preso e é
acusado de executar o crime.
Quem são os presos
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, presos neste domingo (24) pela Polícia Federal — Foto: Reprodução |
Domingos Brazão é conselheiro
do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ); Chiquinho Brazão é deputado
federal pelo União Brasil — e por isso tinha foro especial;
Rivaldo era chefe da Polícia Civil à época do
atentado e hoje é coordenador de Comunicações e
Operações Policiais da instituição. Relembre
aqui a trajetória dos três.
Domingos foi citado no processo
desde o primeiro ano das investigações, em 2018, e chegou a depor
no caso 3 meses após o atentado.
Delegados afastados
Além das três prisões neste
domingo, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia
Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.
A TV
Globo apurou que entre os alvos estão o delegado Giniton Lages, titular
da Delegacia de Homicídios à época do atentado e o primeiro a investigá-lo, e Marcos
Antônio de Barros Pinto, um de seus principais subordinados.
A jornalista Daniela Lima, da
GloboNews, apurou que o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento
dos dois das atuais funções e o
uso de tornozeleira.
Octavio Guedes apurou ainda
que Erica
de Andrade Almeida Araújo, mulher de Rivaldo, teve busca e
apreensão decretada, bens bloqueados e a suspensão da atividade comercial de
sua empresa, que, segundo
a PF, lavava dinheiro para o marido.
Por: Portal do Litoral