Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Quatro militares capturadas em 2023
foram entregues em troca de 200 palestinos em poder de Israel
O grupo terrorista Hamas libertou neste
sábado (25) quatro militares israelenses capturadas durante o ataque de 7 de
outubro de 2023 que deu início ao conflito atual na Faixa de Gaza. As soldados
foram entregues em troca de 200 prisioneiros palestinos como parte do acordo de
cessar-fogo em vigor desde o último domingo (19).
Como demonstração de força, o Hamas
organizou um desfile militar em Gaza para libertar as israelenses, com dezenas
de homens armados conduzindo-as até um pódio com mensagens pela libertação da
Palestina antes de entregá-las ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Uma
multidão de palestinos acompanhou o evento.
As soldados são Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri
Albag. Elas faziam patrulha em um posto de observação na fronteira entre Israel
e a Faixa de Gaza quando foram capturadas pelo Hamas durante o ataque
terrorista de 7 de outubro de 2023. Ao serem soltas, elas sorriram e acenaram
aos palestinos antes de entrarem em veículos da Cruz Vermelha.
Em Israel, uma
transmissão ao vivo das famílias das reféns, que assistim a libertação pela TV
em uma base militar na fronteira, mostrou os parentes gritando de felicidade ao
verem imagens das militares sendo soltas. Em Tel Aviv, centenas de isralenses
reunidos em uma praça se abraçaram, choraram e comemoraram a notícia.
De acordo com as
Forças Armadas de Israel, as soldados já encontraram suas famílias e serão
levadas para um hospital. A agência de notícias AFP relatou que ônibus
carregando os prisioneiros palestinos libertos como parte do acordo já deixaram
as duas prisões onde estavam: uma fica na Cisjordânia ocupada e a outra, no
deserto de Neguev.
A soltura dos
palestinos aconteceu horas depois do previsto porque o Hamas, ao contrário do
que havia sido combinado, não soltou nesse sábado uma refém civil junto com as
militares. Israel acusou o grupo de violar o acordo, enquanto o Hamas disse que
se tratou apenas de uma falha técnica e que ela será liberta na semana que vem.
Neste sábado, o
primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse que as Forças Armadas não permitirão
que os palestinos em Gaza retornem para suas casas no norte do território até
que essa refém seja solta. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas por
causa da guerra, e muitas delas agora retornam apenas para encontrar destroços
onde antes moravam.
Na primeira troca
do acordo, o Hamas libertou três reféns em troca de 90 prisioneiros palestinos,
incluindo mulheres e adolescentes. Os 200 prisoneiros libertados neste sábado,
por sua vez, incluem pessoas condenadas a prisão perpétua por ataques
terroristas que mataram dezenas de israelenses.
No total,
excluindo presos em Gaza, Israel tem 10 mil palestinos em seu poder, entre
condenados por ataques e presos sem acusação formal, suspeitos de “crimes
contra a segurança do Estado de Israel”, de acordo com as Forças Armadas. O
acordo inicial prevê a soltura de 1.900 deles. Cerca de 90 reféns israelenses
ainda estão em poder do Hamas em Gaza.
Com informações do São Paulo, SP (Folhapress)