Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Alan Neco está se tornando um exímio luthier
- profissional especializado na construção e reparo de instrumentos de cordas.
E esse interesse começou quando ele decidiu fabricar uma viola por conta
própria
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Alan Neco e a viola que ele fabricou (Foto: Waba da Palestina) |
Será que é possível ser um fabricante artesanal de
instrumento musical sem saber tocá-lo? O marceneiro Alan Neco, da cidade de
Santana dos Garrotes, no Sertão paraibano, é a prova que sim. O repórter Waba
da Palestina, que é correspondente da TV Diário
do Sertão em Santana, foi até a casa de Alan bater um
papo com ele e mostrar a habilidade desse apaixonado por viola.
Filho de marceneiro, Alan está se tornando um exímio luthier –
profissional especializado na construção e reparo de instrumentos de cordas. E
esse interesse começou quando ele decidiu fabricar sua própria viola por conta
própria.
O
curioso é que, embora seja apaixonado por viola desde criança, Alan nunca
aprendeu a tocar. Porém, um amigo de Nova Olinda que morava em São Paulo lhe
passou as primeiras dicas de como fabricar o tradicional instrumento. Daí em
diante, ele colocou a mão na massa – ou melhor, na madeira – e o resultado foi
surpreendente.
Alan
começou a fabricar sua viola em agosto de 2024. Hoje, ela está prontinha. É um
belíssimo exemplar de viola tipicamente nordestina, dessas utilizadas por
violeiros repentistas.
A
beleza e durabilidade da estrutura fica por conta da madeira jacarandá violeta;
e para garantir a precisão das escalas no braço, Alan utiliza um gabarito de
slot, que é uma ferramenta usada por luthiers para abrir slots em instrumentos
de cordas. Ele é feito de aço inox ou acrílico e pode ser usado em diferentes
escalas e espessuras de braço. São precisos e versáteis, e podem ajudar a
aumentar a produtividade e a qualidade do trabalho.
O
marceneiro disse que pretende aprender a tocar o instrumento em breve e, que
sabem, aos poucos, começar a fabricá-lo para comercializar sob encomenda.
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A bela viola fabricasa por Alan (Foto: Waba da Palestina) |
No
Nordeste, a viola geralmente é utilizada para acompanhar cantorias e repentes.
Em 2021, o repente foi reconhecido como patrimônio cultural do Nordeste pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Embora
o repente conte com diferentes acompanhamentos instrumentais – como o
pandeiro, por exemplo – é comum que a viola seja o principal deles nas rodas de
cantoria no Nordeste.
Com informações do Diário
do Sertão