Sexta-feira, 21 de março-(03) de 2025
Taxa de perda de geleiras nos últimos três anos foi a maior já
registrada, segundo o relatório apresentado pelo órgão
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Situação também é alarmante na África Oriental, onde algumas áreas perderam 80% de suas geleiras (Imagem: Reprodução/Record News) |
Um relatório da Unesco apontou
nesta quinta-feira (20) que o derretimento acelerado das geleiras devido à
crise climática pode comprometer o abastecimento de água e a produção de
alimentos para 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo. O fenômeno, classificado
como “sem precedentes”, ameaça ecossistemas, a agricultura e fontes hídricas
essenciais. As informações são do R7,
parceiro nacional do Portal Correio.
O estudo revelou
que dois terços da agricultura irrigada globalmente devem ser afetados
pelo recuo das geleiras e pela redução das nevascas em regiões
montanhosas. Nas nações em desenvolvimento a situação é ainda mais grave:
metade da população dessas áreas já enfrenta insegurança alimentar, tendência
que pode se agravar com a redução da disponibilidade de água proveniente do
derretimento de neve e gelo.
Mesmo países desenvolvidos estão sob risco. Nos Estados
Unidos, por exemplo, a bacia do Rio Colorado sofre com uma seca persistente
desde 2000. O aumento das temperaturas faz com que mais precipitação ocorra na
forma de chuva, que escoa rapidamente, ao invés de neve, que libera água de
maneira gradual. Esse fenômeno intensifica a escassez hídrica.
Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, enfatizou a urgência do problema:
Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, enfatizou a urgência do problema:
“Independentemente de onde vivemos, todos dependemos das montanhas e
geleiras. Mas essas reservas naturais de água estão sob ameaça iminente. O
relatório destaca a necessidade urgente de ação.”
Níveis
recordes
A Organização
Meteorológica Mundial (OMM) revelou em outro estudo que a taxa de perda de
geleiras nos últimos três anos foi a maior já registrada. Regiões como Noruega,
Suécia, Svalbard e os Andes tropicais estão entre as mais afetadas.
A situação também
é alarmante na África Oriental, onde algumas áreas perderam 80% de suas
geleiras. Nos Andes, entre um terço e metade do gelo desapareceu desde 1998. Na
Europa, as geleiras dos Alpes e Pireneus encolheram cerca de 40% no mesmo
período.
Além da escassez
hídrica, a redução das geleiras impacta diretamente o sistema climático global.
O cientista Abou Amani, diretor de ciências da água da Unesco, explica no
estudo que a substituição do gelo por superfícies escuras, como solo exposto,
aumenta a absorção de calor, acelerando ainda mais as mudanças climáticas.
Por: R7