Quinta-feira, 29 de maio-(05) de 2025
Relatório aponta que país pode ter até 90 ogivas nucleares e
avança em mísseis balísticos, desafiando sanções da ONU
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Divulgação/Agência de Notícias da Coreia do Norte |
A Coreia do Norte continua expandindo
seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos, aponta um relatório
divulgado na última sexta-feira (23) pelo Serviço de Pesquisa do Congresso dos
Estados Unidos.
A estimativa atual sugere que os
norte-coreanos podem ter material físsil suficiente para até 90 ogivas
nucleares, apesar das sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das
Nações Unidas) e esforços diplomáticos de alto nível para conter esse avanço.
Em maio deste ano, o Relatório de
Avaliação de Ameaças Mundiais, divulgado pela Agência de Inteligência de Defesa
dos EUA, já havia dito que o regime de Kim Jong-un estava conduzindo produções
em massa de plutônio e urânio altamente enriquecido para aumentar o arsenal do
país.
Em 2021, a Coreia do Norte anunciou um
plano de defesa de cinco anos, com foco no desenvolvimento de armas nucleares
táticas, incluindo ogivas menores, mais leves e de grande escala.
Dois anos depois, a exibição pública de
sistemas de armas nucleares, que Kim afirmou serem compatíveis com os mísseis
balísticos do país, foi interpretada como uma demonstração de progresso nesse
plano.
Potência nuclear
Segundo o relatório do Congresso
norte-americano, Kim Jong-un considera as armas nucleares como “garantidoras da
segurança do regime”. Desde 2006, a Coreia do Norte realizou seis testes
nucleares. O mais recente deles ocorreu em 2017, quando o país alegou ter
testado uma bomba de hidrogênio.
Apesar de Kim anunciar em 2018 que
encerraria testes nucleares e destruiria o local de testes de Punggye-ri,
relatórios da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) indicam que o
país restaurou túneis de teste em 2022 e já está preparado para um sétimo
teste.
Naquele mesmo ano, uma lei da
Assembleia Popular da Coreia do Norte ampliou as condições para o uso de armas
nucleares, incluindo possível “uso preventivo em situações que ameacem a
sobrevivência do regime”.
O país também tem intensificado testes
com mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs). Em 2024, testou o ICBM
Hwasong-19, que tem capacidade para carregar múltiplas ogivas independentes
(MIRV).
Os norte-coreanos também apresentaram
avanços em mísseis de curto e médio alcance, como o Pukguksong-2 e o KN-23, o
que pode representar uma ameaça a nações vizinhas do regime, como a Coreia do
Sul.
Em resposta, sul-coreanos e os EUA
intensificaram exercícios militares conjuntos e criaram mecanismos bilaterais,
como o Grupo Consultivo Nuclear, para fortalecer a dissuasão estendida e
gerenciar a ameaça representada pelo programa nuclear norte-coreano.
A Revisão da Postura Nuclear de 2022,
feita durante a gestão do ex-presidente Joe Biden, afirma que qualquer ataque
nuclear da Coreia do Norte contra os EUA ou seus aliados seria “inaceitável” e
resultaria no “fim desse regime”.
Por: R7