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Doença rara, associada ao uso de cigarros eletrônicos, preocupa especialistas

Segunda-feira, 30 de junho-(06) de 2025 
Matéria da BAND/UOL
Imagem: Lindsay Fox / Pixabay
Na era dos cigarros eletrônicos, especialistas alertam para uma doença rara nos pulmões que pode levar à morte: a bronquiolite obliterante, que ficou conhecida popularmente como “pulmão de pipoca”.

Diferentemente da bronquiolite convencional, a infecção é crônica e não tem tratamento duradouro, por causa da destruição parcial ou total dos bronquíolos, pequenas estruturas por onde o ar passa nos pulmões. Por isso, o paciente sente muita dificuldade para respirar e tem tosse seca intensa.

A bronquiolite obliterante é causada pelo contato com substâncias que se tornam ainda mais tóxicas quando inaladas – e foi aí que o termo “pulmão de pipoca” surgiu: no início dos anos 2000, trabalhadores de uma fábrica de pipoca de micro-ondas começaram a ter problemas pulmonares por causa da inalação, em grandes quantidades, de diacetil, aromatizante que dá sabor amanteigado a alimentos.

A pneumologista Maria Enedina Scuarcialupi, coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, ressalta que, como a doença é crônica, o dia a dia do paciente é completamente alterado.

        O paciente pode precisar de suplementação de oxigênio e, às vezes, até transplante pulmonar, porque é uma doença que não tem cura. A gente utiliza os corticosteróides, medicações hormonais antiflamatórias, como uma tentativa, então, algumas pessoas podem responder, e outras, não, por causa dos efeitos colaterais que ele tem, como alteração de glicose, catarata… Em geral, a sobrevida é muito baixa, explica.

O químico Ubiracir Lima, do Conselho Federal de Química e da Câmara Técnica de Saneantes da Anvisa, destaca que os riscos de exposição a qualquer substância química dependem, por exemplo, da quantidade e do uso. No caso dos cigarros eletrônicos, o aquecimento do diacetil pode transformá-lo em outras substâncias ainda mais nocivas à saúde.

        Um dos processos se chama pirólise – a quebra pelo aquecimento – ou a temperatura elevada catalisa – acelera – a transformação dessa substância, inclusive a reação dela com outros componentes que possam estar presentes em um líquido de cigarro eletrônico. Então, o diacetil pode se transformar em uma série de outros produtos extremamente incontroláveis, que a pessoa não tem a menor noção, alerta.

Além de estar associada ao uso de cigarros eletrônicos, a bronquiolite obliterante também está associado a doenças autoimunes, como artrite reumatoide.



Por: BAND/UOL

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Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.
 
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