Quarta-feira, 30 de julho-(07) de 2025
Matéria da BAND/UOL
![]() |
Foto: Reprodução / Ricardo Stuckert/PR |
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou em entrevista ao jornal
americano The New
York Times, publicada nesta quarta-feira (30), disse que pediu diálogo com
Donald Trump, mas “ninguém quer conversar” ao ser questionado sobre o tarifaço,
que deve entrar em vigor em 1º de agosto.
“O que
está nos impedindo é que ninguém quer conversar. Todos sabem que pedi para
fazer contato. Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu
ministro da Economia, para que cada um possa conversar com seu homólogo e
entender qual seria a possibilidade de diálogo. Até agora, não foi possível”,
disse Lula em entrevista ao The New York Times.
“Só para
vocês terem noção do cronograma, realizamos 10 reuniões sobre comércio com o
Departamento de Comércio dos EUA. Em 16 de maio, enviamos uma carta solicitando
uma resposta dos Estados Unidos. A resposta que recebemos foi por meio do site
do presidente Trump, anunciando as tarifas sobre o Brasil”, acrescentou Lula.
Ao ser
questionado sobre as críticas feitas ao presidente dos Estados Unidos e se tem
medo que isso possa piorar a situação do país, Lula destacou que “não há motivo
para ter medo”.
“Não há
motivo para ter medo. Estou preocupado, obviamente, porque temos interesses
econômicos, interesses políticos, interesses tecnológicos. Mas em nenhum
momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande.
O Brasil negociará como um país soberano”, afirmou Lula ao The New York Times.
“Na
política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer. Precisamos
sempre encontrar um meio-termo. Isso não se consegue estufando o peito e
gritando sobre coisas que não se pode realizar, nem abaixando a cabeça e
simplesmente dizendo ‘amém’ a tudo o que os Estados Unidos desejam”,
acrescentou.
Ainda na
entrevista, Lula destacou que caso a tarifa imposta pelos Estados Unidos entre
em vigor, o Brasil irá procurar “alguém que queira”.
“Temos
uma relação comercial extraordinária com a China. Se os Estados Unidos e a
China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho
interesse em vender para quem quiser comprar de mim — para quem pagar mais”,
afirmou.
“Nem meu
pior inimigo poderia dizer que Lula não gosta de negociar. Aprendi política
negociando. Não tenho nada contra a ideologia de Trump. Trump é uma questão
para o povo americano lidar. Eles votaram nele. Fim da história. Não vou
questionar o direito soberano do povo americano, porque não quero que
questionem o meu”, completou.
Briga política
“Acho
importante que o presidente Trump considere: se ele quer ter uma briga
política, então vamos tratá-la como uma briga política. Se ele quer falar de
comércio, vamos sentar e discutir comércio. Mas não se pode misturar tudo”,
disse Lula ao ser questionado sobre Jair Bolsonaro, citado pelo presidente dos
Estados Unidos na carta do tarifaço.
Por: BAND/UOL