Sábado, 12 de julho-(06) de 2025
Matéria da Agência Brasil
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Foto: Reprodução / Tânia Rêgo/Agência Brasil |
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, morreu
32 horas depois de cair do vulcão Rinjani, na Indonésia. A estimativa é dos
peritos brasileiros que fizeram uma segunda autópsia no corpo da jovem. O
resultado foi divulgado oficialmente nessa sexta-feira (11), no Rio de Janeiro.
A cronologia estimada é de que a primeira queda
ocorreu no dia 20 de junho, por volta das 17h, no horário da Indonésia. Juliana
caiu cerca de 220 metros até um paredão rochoso. Em outro momento, escorregou
de costas por mais 60 metros e sofreu uma segunda queda.
Com o impacto, ela sofreu lesões poliviscerais e
politraumatismo, que provocaram uma hemorragia interna. Entre 10 e 15 minutos
depois, por volta das 12h do dia 22, ela morreu. O corpo ainda deslizaria mais
até o ponto onde foi encontrado, a 650 metros de profundidade.
A primeira equipe de resgate saiu da base do parque
quatro horas depois do acidente. Segundo Mariana Marins, irmã de Juliana, a
equipe do Basarnas, como é conhecida a instituição nacional de resgate da
Indonésia, desceu 150 metros de rapel, mas Juliana já estava em um ponto mais
abaixo.
Dois dias depois, ela foi localizada por meio de um
drone térmico, mostrando que ainda estava viva naquele momento. As equipes só
conseguiram chegar até a jovem no dia 24 e o resgate do corpo ocorreu no dia
25.
Perícia no Brasil
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, foram
relatadas dificuldades para fazer a autópsia, como o fato de o corpo já estar
embalsamado, o que comprometia parte das análises, como verificação de sinais
clínicos e horário mais preciso da morte.
Por meio de vestígios presentes no couro cabeludo,
foi possível estimar a hora da morte de Juliana. Em um aparelho de radiologia,
verificaram-se as fraturas nas costelas, no fêmur, na pelve, com sangramento
intenso.
“Foi uma autópsia totalmente contaminada no sentido
técnico. Os órgãos já estão praticamente sem sangue, pálidos, e naturalmente se
fez necessário um processo de embalsamamento com formol. Tem um prejuízo, mas o
formol possibilitou conservar as lesões externas e os órgãos internos”, disse o
perito Reginaldo Franklin.
A irmã de Juliana, Mariana Marins, reforçou as
críticas sobre como as equipes de resgate agiram durante todo o processo. Ela
acredita que se tivessem agido de maneira mais rápida, a irmã poderia ter sido
salva.
“Estávamos esperando esse momento do laudo. Agora,
vamos ver o que fazer. Só do Basarnas ter sido chamado um período longo depois
do acidente já é algo a ser considerado. Já sabiam que era um acidente grave. E
estavam sem o equipamento correto para chegar até o local. São vários pontos a
ser considerados”, disse Mariana.
A defensora pública federal Taísa Bittencourt disse
que existem três possíveis desdobramentos a partir da divulgação da autópsia
brasileira.
“Sobre a investigação criminal, a Defensoria requereu
que a Polícia Federal instaure inquérito policial para investigação. É um fato
ocorrido no exterior e incide o princípio da extraterritorialidade. Essa
investigação depende de uma requisição do ministro da justiça. Na esfera cível,
a família tem possibilidades efetivas de procuração na própria Indonésia em
relação a indenização por dano moral. E a questão internacional que envolve
questões diplomáticas é de levar o caso para uma comissão de direitos humanos
da ONU”, disse a defensora.
Por:Agência Brasil