Domingo, 31 de agosto-(08) de 2025
Expectativa é de atender ao menos 15 milhões de famílias, com
custo anual de R$ 5,1 bilhões; Gás do Povo vai substituir o Auxílio Gás
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(Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República) |
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai lançar nesta semana o Gás do
Povo, programa que vai oferecer gás de cozinha gratuito a 15,5 milhões de
famílias de baixa renda — cerca de 46 milhões de pessoas.
A expectativa do
governo é de que a iniciativa, que vai substituir o Auxílio Gás, custe R$ 5,1
bilhões em 2026. O anúncio deve ser feito na comunidade Aglomerado da Serra, em
Belo Horizonte (MG), na quinta-feira (4). Será a segunda vez de Lula em terras
mineiras em menos de uma semana — na última sexta, o presidente cumpriu agendas
em Contagem e Montes Claros.
O petista comentou
o lançamento do Gás do Povo em entrevista exclusiva à RECORD na semana passada.
“Na semana que
vem, eu volto a Belo Horizonte para ir ao Aglomerado da Serra anunciar o
programa chamado Gás do Povo. É um programa de financiamento de gás para as
pessoas mais pobres do país, que não vão pagar mais pelo gás, vão receber o gás
gratuitamente”, declarou.
Na agenda de
Contagem, Lula aproveitou para criticar o preço final do produto.
“As pessoas mais
pobres sabem que um botijão de gás de 13 kg sai da Petrobras a R$ 37 e chega no
consumidor a R$ 140, R$ 150. Então, estamos assumindo a responsabilidade que
uma pessoa não pode gastar 10% do salário mínimo para comprar gás e que pessoas
mais pobres possam receber o gás de graça, para a gente não ver acidente com
álcool, acidente com querosene ou com lenha”, destacou o petista.
Diferenças
entre os programas
O governo federal
pretende reformular o programa Auxílio Gás, que hoje atende 5,6 milhões de
famílias pobres. O Gás do Povo prevê que o benefício seja direcionado a quem
está inscrito no CadÚnico (Cadastro Único) e tenha renda familiar de até meio
salário mínimo.
A nova medida visa
ampliar os recursos destinados aos beneficiários, para enfrentar a pobreza
energética. Atualmente, cada família contemplada recebe R$ 108 a cada dois
meses, valor calculado a partir da média nacional do preço do botijão de 13 kg de
GLP (gás liquefeito de petróleo). O número é informado pela ANP (Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Segundo o ministro
da Casa Civil, Rui Costa, o modelo atual não cobre os custos reais
enfrentados pelos consumidores. Embora o valor seja calculado a partir de uma
média nacional, em muitas regiões o preço do botijão é mais alto e pode chegar
a R$ 170, contra uma média nacional de pouco mais de R$ 100.
“Existe uma
disparidade muito grande entre regiões, o que faz com que o auxílio não seja
suficiente para garantir a compra do gás”, salientou o ministro, em entrevista
na última quarta (27).
Como alternativa,
o governo quer substituir o repasse em dinheiro por um sistema de fornecimento
direto do botijão. A proposta prevê que as famílias recebam um crédito
vinculado ao CPF, que poderá ser usado em revendas de gás cadastradas.
No novo modelo, o
beneficiário se apresentaria ao distribuidor, retiraria o botijão e o pagamento
seria feito diretamente pelo governo ao revendedor.
“Com isso, vamos
garantir que as famílias recebam o produto sem precisar arcar com valores
adicionais e, sobretudo, com mais dignidade”, acrescentou Rui Costa.
Por: R7