Quinta-feira, 25 de setembro-(09) de 2025
Matéria do Portaldotupiniquim.com.br
![]() |
Divulgação/Greg Moloney/Providence Health Care |
Três pacientes no Canadá voltaram a enxergar após passarem por um
procedimento cirúrgico raro conhecido como osteo-odonto-queratoprótese
(OOKP) — popularmente chamado de “cirurgia do dente no olho”. A
técnica foi realizada no Hospital Mount Saint Joseph, em Vancouver, pelo médico
australiano Greg Moloney, e ganhou repercussão internacional.
O que é a cirurgia?
O método foi desenvolvido em
1960 pelo oftalmologista italiano Benedetto Strampelli e
aperfeiçoado nos anos 2000 por especialistas italianos e austríacos, com
protocolo publicado em 2005 na revista Cornea.
O procedimento é indicado para
pacientes que possuem
retina e nervo ótico saudáveis, mas tiveram danos severos na córnea,
não sendo candidatos a transplantes convencionais.
A ideia central é transformar o
dente em um “suporte biológico” para a lente artificial. Como o tecido é do
próprio paciente, não há rejeição. “É um tecido de ponte entre o corpo e a
lente plástica que foca a luz”, explicou Moloney em entrevista ao Today Show, da NBC. “É
como plantar um cacto no deserto. Esta coisa vai sobreviver e vai crescer.”
Como funciona o procedimento
1.
Um canino
superior é retirado da boca do paciente;
2.
O dente é serrado e polido,
ficando plano e retangular;
3.
Ele é implantado em uma bolsa de gordura da bochecha,
onde fica por semanas;
4.
O tecido que cresce ao redor do dente serve como “proteção” e
“integração”;
5. Depois, o dente recebe uma lente artificial e é costurado dentro do olho.
5. Depois, o dente recebe uma lente artificial e é costurado dentro do olho.
O resultado é uma nova “janela”
para o fundo ocular, permitindo que a luz volte a alcançar a retina.
Resultados e limitações
O método só é utilizado em casos extremos, quando não há resposta a transplantes de córnea. Apesar da complexidade, cerca de 90% dos pacientes mantêm as lentes funcionais e firmes após 30 anos. Estima-se que apenas algumas centenas de pessoas no mundo tenham passado pela cirurgia nas últimas seis décadas.
O método só é utilizado em casos extremos, quando não há resposta a transplantes de córnea. Apesar da complexidade, cerca de 90% dos pacientes mantêm as lentes funcionais e firmes após 30 anos. Estima-se que apenas algumas centenas de pessoas no mundo tenham passado pela cirurgia nas últimas seis décadas.
O sucesso dos procedimentos
realizados no Canadá reforça a importância da técnica como última esperança para quem perdeu a
visão, mas ainda tem estruturas internas dos olhos preservadas.
Por: Portaldotupiniquim.com.br