Sexta-feira, 31 de outubro-(10) de 2025
Haiti é o país mais afetado, com 30 mortes confirmadas e 20
pessoas ainda desaparecidas; fenômeno deve virar tempestade tropical nesta
sexta-feira (31)
![]() |
| (Reprodução/Getty Images) |
O número de mortos pelo furacão Melissa
subiu para 49, segundo balanços oficiais divulgados na quinta-feira (30),
enquanto seguia avançando pela região das Bermudas, com ventos máximos de 155
km/h. A tempestade, porém, parece perder a força. Segundo o Centro Nacional de
Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), o fenômeno deve se
transformar em um ciclone extratropical ainda nesta sexta-feira (31).
No Haiti, o balanço de vítimas subiu
para 30, com outras 20 pessoas ainda desaparecidas. Do total de mortes, dez
eram crianças. O país, o mais populoso do Caribe, não foi atingido diretamente,
mas sofreu dias de chuvas torrenciais com a passagem do furacão.
A maioria dos óbitos ocorreu em Petit-Goâve, uma cidade costeira a
64 km a oeste da capital, onde um rio transbordou, arrastando casas e
destruindo estradas e plantações.
Na Jamaica, o
número de mortes foi de 5 para 19, segundo o governo. Os trabalhos de busca e
de resgate continuam. Centenas de estradas foram bloqueadas por quedas de
árvores e postes, deixando áreas inteiras isoladas.
O Exército
jamaicano convocou reservistas para atuar nas operações para limpar as vias e
alcançar pessoas nessas regiões pouco acessíveis. Mais de 70% da população
ficou sem luz elétrica, segundo o ministro de Energia, Daryl Vaz.
A capital,
Kingston, foi poupada dos piores danos, e o principal aeroporto internacional
reabriu para permitir o pouso de voos com ajuda humanitária. Autoridades
disseram que algumas cidades estavam submersas.
O Melissa chegou a
alcançar a categoria 5, o nível máximo na escala de intensidade, e, na Jamaica,
tornou-se o furacão mais forte a atingir o solo na costa do Atlântico em 90
anos na terça-feira (28), com ventos próximos de 300 km/h, segundo análise da
agência de notícias AFP com base em dados da Administração Nacional Oceânica e
Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
Em Cuba, o furacão
deixou um rastro de destruição nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e
Guantánamo, com ventos de categoria 3. Cerca de 735 mil pessoas foram deslocadas
para abrigos ou casas de familiares. Apesar dos danos, o líder cubano, Miguel
Díaz-Canel, afirmou que não foram registradas mortes.
Nas Bahamas, por
onde o fenômeno passou na quarta-feira (29), os alertas de furacão foram
suspensos, mas autoridades mantêm evacuações preventivas.
Agora, o Melissa
foi rebaixado para a categoria 2 e, na noite de quinta, estava a 264 km das
Bermudas. Uma tempestade tropical atingiu o país, mas os moradores permaneciam
calmos. As autoridades anunciaram o fechamento da ponte principal da ilha e a
suspensão das aulas e balsas nesta sexta (31).
Os Estados Unidos
enviaram equipes de busca e resgate à Jamaica, ao Haiti, à República Dominicana
e a Bahamas, e ofereceram ajuda a Cuba. Outros países também anunciaram apoio.
O Reino Unido prometeu US$ 3,3 milhões (R$ 17,7 milhões) em ajuda emergencial e
iniciou voos de repatriação para britânicos na Jamaica. A Venezuela enviou 26
toneladas de suprimentos a Cuba, e El Salvador anunciou que enviaria três
aviões de ajuda humanitária para a Jamaica.
Cientistas do
Imperial College de Londres afirmaram que a intensidade e o poder destrutivo de
Melissa foram amplificados pelas mudanças climáticas. Especialistas alertam que
o aquecimento dos oceanos tem tornado furacões mais frequentes e intensos.
O serviço
meteorológico AccuWeather classificou o Melissa como o terceiro furacão mais
intenso já registrado no Caribe e também o mais lento, o que aumentou o impacto
destrutivo nas áreas afetadas.
Por: Portal Correio

