Domingo, 02 de novembro-(11) de 2025 
Matéria de Severino Lopes PB Agora com PBAGORA
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| Foto: Ismar/TV Cariri | 
Conhecido por
ser uma terra seca, com altas temperaturas principalmente no verão e ventos
fortes, o Sertão da Paraíba tem se tornado uma região propícia para o avanço
das queimadas, impulsionado por fatores como a seca e a baixa umidade do
ar. Somente no segundo semestre deste ano, três incêndios de grandes proporções
aconteceram na região sertaneja, e devastaram parte da mata nativa.
O incêndio mais
recente aconteceu esta semana e devastou uma área de vegetação no Parque
Nacional da Serra do Teixeira, próximo a cidade de São José do Bonfim, no
Sertão da Paraíba.
A Serra do
Teixeira  se tornou uma área de conservação em 2023, e abrange uma área de
cerca de 61.095 hectares de caatinga, envolvendo 12 municípios com preservação
da biodiversidade e promoção de turismo. Parte dessa área foi destruída pelo
fogo.
No mês de
setembro, um incêndio florestal de grandes proporções, na Serra do Cruzeiro, na
cidade de São José do Bonfim , também no Sertão da Paraíba, durou
quase 10 dias e consumiu cerca de 40% da vegetação nativa no local. O Corpo de
Bombeiros montou uma grande operação para conter as chamas.
De acordo com o
Corpo de Bombeiros, mais de 400 hectares  foram consumidos pelo fogo, o
equivalente a 160 hectares em vegetação. Animais de pequeno porte foram encontrados
mortos por conta do fogo.
Já no mês de
outubro, outro incêndio de grandes proporções que causou danos ao meio
ambiente, atingiu a unidade de conservação do Monumento Natural Vale dos
Dinossauros em Sousa, no Sertão do Estado. Com isso, as atividades foram
suspensas por dois dias.
De acordo com
o Corpo de Bombeiros, ventos fortes podem ter colaborado para que as chamas se
espalhassem. Segundo o tenente Rafael Freire do Corpo de Bombeiros, o fogo veio
da cidade de Sousa em direção a Uiraúna, tendo sido favorecido pela quantidade
de ventos no local.
O Vale dos
Dinossauros é um dos principais patrimônios naturais e turísticos da Paraíba,
abrigando pegadas fossilizadas com mais de 80 milhões de anos.
As queimadas têm
crescido de forma significativa na Paraíba. No ano passado, o Estado registrou
2.837  queimadas, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros.  A
região de Patos se destaca com o maior número de ocorrências no período, com
1.188 casos, seguida pela Região Metropolitana de Campina Grande (926) e pela
Região Metropolitana de João Pessoa (723).
Na Paraíba, nos
últimos 10 anos, entre 2013 e 2024, o acúmulo da área queimada apresentou um
aumento superior a 26%. De acordo com os  dados do MapBiomas – uma rede
colaborativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia – a área
queimada acumulada na Paraíba em 2023 era de 516 mil hectares, localizados
principalmente no Sertão do estado.
Segundo o
MapBiomas, houve um aumento significativo nas queimadas na Paraíba,
especialmente no Sertão, com um crescimento de 110% entre  2024 e
2025.
Na Paraíba, o
bioma caatinga ocupa cerca de 90% do território, o que mostra a importância de
conhecer e valorizar as diferentes características dessa vegetação. No
Nordeste, a Paraíba e o Rio Grande do Norte foram os estados que mais
apresentaram aumentos expressivos na área de vegetação suprimida, um
crescimento que representa mais de 100%, segundo relatório referente a 2023.
Segundo os
ambientalistas, as queimadas também influenciam  na perda do bioma, e
historicamente, tem transformado a caatinga, de um bioma florestal, para um
bioma arbustivo e cada vez mais degradado.
A recomendação do
Corpo de Bombeiros é manter limpos terrenos baldios, sem deixar acumularem
folhas secas, galhos ou lixo, que servem como combustível para o fogo. O
processo de limpeza, no entanto, deve ser realizado sem o uso de chamas.
Acender fogueiras, soltar fogos de artifício e utilizar explosivos próximos a
áreas de vegetação são práticas que também devem ser evitadas, pois aumentam
significativamente o risco de incêndios e podem causar danos irreparáveis ao
meio ambiente.
Por: Severino
Lopes PB Agora com PBAGORA

