Sábado, 20 de dezembro-(12) de 2025
Matéria da Agência Brasil
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| Foto: Vinil Records/Divulgação |
Morreu neste sábado (20), aos 85 anos, o cantor
Lindomar Castilho, conhecido como o Rei do Bolero. Além de ser lembrado pelos
sucessos da década de 70, Castilho também protagonizou um dos crimes de
feminicídio mais emblemáticos do país, quando assassinou a tiros a ex-mulher e
também cantora Eliane de Grammont. Após o crime, foi condenado a 12 anos de
prisão.
A informação sobre a morte do cantor foi dada pela
filha dele, a coreógrafa Lili de Grammont, por um post nas redes sociais. Ela,
no entanto, não divulgou informações sobre a causa ou o local de óbito.
Castilho vivia em ostracismo, desde que deixou a prisão, na década de 90, mas
gravou um álbum ao vivo nos anos 2000.
Lili, filha de Eliane de Grammont com Castilho,
comentou sobre o crime em seu post de despedida. “Meu pai partiu! E como
qualquer ser humano, ele é finito, ele é só mais um ser humano que se desviou
com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha mãe também morreu em
vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce um assassino, morre
uma família inteira”. Ela estava com apenas 2 anos de idade, quando perdeu a
mãe.
“Diante de tudo isso, desejo que a alma dele se
cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada”, escreveu ainda a
coreógrafa.
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| Foto: Vinil Records/Divulgação |
Carreira e feminicídio
Lindomar Castilho nasceu Lindomar Cabral, na cidade
de Rio Verde, no estado de Goiás, em 1940. Gravou seu primeiro álbum Canções
que não se Esquecem, em 1962. Logo começou a fazer sucesso cantando boleros e
sambas-canções.
Na década de 70, era um dos maiores vendedores de
discos no Brasil e passou a ter seus discos lançados também nos Estados Unidos.
Seu maior sucesso é a música Você é doida demais, que foi tema de abertura da
série de comédia Os Normais, da TV Globo.
Castilho conheceu Eliane de Grammont, à época uma
cantora em início de carreira, nos corredores da extinta gravadora RCA.
Casaram-se em 1979 após dois anos de namoro, e logo tiveram a única filha,
Liliane.
O casamento, no entanto, acabou no ano seguinte,
por causa da agressividade de Castilho, que tinha constantes crises de ciúme,
agravadas pelo alcoolismo; ele não aceitava o divórcio.
Em 30 de março de 1981, o cantor matou Eliane com
cinco tiros nas costas, quando ela se apresentava na casa de shows paulista
Café Belle Epoque, em São Paulo, ao lado do seu namorado, Carlos Randall,
também atingido por um dos tiros. Castilho foi preso em flagrante. O julgamento,
em júri popular, o condenou a 12 anos de prisão.
Por: Agência Brasil


