Domingo, 28 de dezembro-(12) de 2025
Matéria da Brumado Urgente
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| Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil |
O novo salário mínimo de R$ 1.621, previsto para entrar em vigor
em 1º de janeiro de 2026, representa um marco importante para a economia brasileira,
com o potencial de injetar R$ 81,7 bilhões no mercado ao longo do ano. Segundo
estimativas detalhadas do Dieese, esse montante considera não apenas o aumento
direto na renda das famílias, mas também o estímulo ao consumo e o consequente
incremento na arrecadação tributária.
A medida deve alcançar diretamente cerca de 61,9 milhões de
pessoas, abrangendo um público diversificado que inclui 29,3 milhões de
aposentados e pensionistas do INSS, além de 17,7 milhões de trabalhadores com
carteira assinada, 10,7 milhões de autônomos e quase 4 milhões de empregados
domésticos.
O reajuste nominal de 6,79% foi estabelecido seguindo a política
permanente de valorização do salário mínimo, que busca garantir ganhos reais
acima da inflação. No entanto, o cálculo para 2026 apresentou uma particularidade
devido ao novo arcabouço fiscal. Para chegar ao valor final, somou-se a
variação integral da inflação medida pelo INPC, que foi de 4,18%, ao
crescimento do PIB de dois anos anteriores.
Embora o PIB de 2024 tenha registrado uma alta de 3,4%, o
repasse desse crescimento foi limitado pelo teto de 2,5% imposto pelo novo
regime fiscal da União. Essa combinação resultou no acréscimo de R$ 103 sobre o
valor vigente anteriormente.
Do ponto de vista das contas públicas, o impacto é substancial,
pois o salário mínimo atua como o principal indexador das despesas obrigatórias
do governo federal.
O Dieese aponta que cada R$ 1 de aumento no piso nacional gera
um custo adicional de R$ 380,5 milhões aos cofres públicos, totalizando uma
pressão de R$ 39,1 bilhões apenas na Previdência Social para o próximo ano.
Esse peso ocorre porque cerca de 70,8% dos beneficiários do INSS recebem
exatamente o valor do piso, e 46% de todos os gastos previdenciários estão
diretamente vinculados a esse reajuste. Assim, o grande desafio da gestão
econômica será harmonizar o fortalecimento do poder de compra da população com
a necessidade rigorosa de controle dos gastos e cumprimento das metas fiscais
estabelecidas.
Por: Brumado
Urgente

