Sábado, 21 de julho de 2018
A tumba não guardava
nenhuma praga maligna milenar e os restos mortais não eram de um nobre da Alexandria,
frustrando todas as teorias que se espalharam pela internet desde que foi
anunciada a descoberta do misterioso sarcófago em um bairro da cidade ao Norte
do Egito. Depois de muitos dias de suspense e curiosidade, o Ministério de
Antiguidades do Egito anunciou, na quinta-feira (19/7), ter aberto o sarcófago
e que encontraram nele três esqueletos.
Ao contrário do que se pensava - de que seriam os restos mortais de Alexandre,
o Grande -, os cadáveres conservados podem ser de oficiais militares ou
guerreiros, como apontou o primeiro exame dos ossos. Para o desapontamento ou
alívio dos internautas, o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades
e chefe da missão egípcia, Mustafa Waziri, brincou ao mencionar que a equipe
que abriu o misterioso sarcófago não foi (ao menos até agora) atingido por
nenhuma maldição.
Após
romperem o lacre de cimento, os cientistas abriram a tampa do sarcófago e se
surpreenderam ao encontrar no interior um líquido escuro, que, mais tarde, foi
identificado como esgoto. Mustafa Waziri acredita que o líquido pode ter
entrado no sarcófago por alguma infiltração.
A teoria de
que os ossos sejam de guerreiros são reforçadas pela análise dos especialistas,
que encontraram um ferimento por flecha em um dos crânios, o que pode indicar
que seria um soldado morto em batalha. Os três esqueletos e a escultura foram
transferidos aos armazéns do Museu Nacional de Alexandria para mais análises.
A dúvida que
fica agora é sobre quem seriam esses três supostos guerreiros e por que foram
enterrados juntos em um sarcófago sem marcações e selados por cimento, além de
ter, próximo a ele, um busto inacabado de alabastro.
Por que seria Alexandre, o Grande?
Curiosos e a
imprensa mundial suspeitaram que a tumba guardaria os restos de Alexandre, o
Grande, após especialistas estimarem que a tumba datava a época ptolemaica, no
século 3 a.C. O período greco-romano dos ptolomeus começou no Egito com a
conquista do país por Alexandre, o Grande, no ano de 332 a.C., e foi terminada
após a tomada de Alexandria pelos romanos, em 30 a.C, quando a rainha Cleópatra
VII foi derrotada e o Egito se tornou província do Império Romano.
Descoberta de sarcófago causou suspense este
mês
Parte do
mistério foi solucionado, mas a descoberta do misterioso sarcófago causou muito
suspense este mês. O objeto de granito preto e quase dois metros de altura foi
encontrado na cidade de Alexandria, na costa norte do Egito. Cientistas ficaram
intrigados com a descoberta, principalmente pelas dimensões do túmulo - com
1,85 metros de altura, 2,65 metros de comprimento e 1,65 metros de largura, ele
é o maior já encontrado na região de Alexandria - e por estar intacto há mais
de 2 mil anos.
No antigo
Egito, ao longo dos séculos, muitos sarcófagos acabaram danificados pelo tempo
e as condições dos locais onde estavam armazenados e muitos foram saqueados. O
de granito preto, ao contrário, estava intacto em uma tumba a 5 metros de
profundidade. Havia nele uma camada de argamassa entre a tampa e o corpo do
sarcófago, indicando que ele não foi aberto desde a antiguidade. Uma cabeça de
homem esculpida em alabastro também foi encontrada no local.
A missão de
arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito fez a descoberta
durante escavações para inspecionar o terreno de um morador de Alexandria.
Segundo o Ministério de Antiguidades do Egito, o dono da propriedade pretendia
fazer os alicerces de uma construção na área.
Fonte: Paraíba.com