Quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Arquivo/Agência Brasil
A
Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a barreira de R$ 4 trilhões pela
primeira vez na história. O indicador, que inclui o endividamento interno e externo,
subiu 2,03% em termos nominais, passando de R$ 3,993 trilhões em julho para R$
4,074 trilhões em agosto. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Tesouro
Nacional.
Apesar da alta, a DPF continua abaixo do mínimo previsto pela equipe
econômica. Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública,
divulgado em janeiro pelo Tesouro, a tendência é que a DPF encerre o ano
entre R$ 4,1 trilhões e R$ 4,3 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) Interna (DPMFi), em circulação
no mercado nacional, subiu 1,74%, passando de R$ 3,846 trilhões para R$ 3,913
trilhões. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 39,94 bilhões a mais do que
resgatou, principalmente em títulos corrigidos pela taxa Selic (juros básicos
da economia) e em títulos vinculados à inflação. O estoque também subiu por
causa da apropriação de juros, que somou R$ 27,02 bilhões.
A apropriação de juros representa o reconhecimento gradual das taxas que
corrigem os juros da dívida pública. As taxas são incorporadas mês a mês ao
estoque da dívida, conforme o indexador de cada papel.
A forte alta do dólar no último mês fez a Dívida Pública Externa subir
9,55% em agosto. O estoque passou de R$ 146,85 bilhões para R$ 160,87 bilhões,
motivado principalmente pela valorização de 9,92% da moeda norte-americana
ocorrida no mês passado.
Composição
A composição da DPF praticamente não mudou de julho para agosto. A
participação dos papéis corrigidos pela Selic passou de 38,37% para 38,35% de
um mês para outro. A fatia dos títulos prefixados (com taxas definidas no
momento da emissão) subiu levemente, de 31,05% para 31,44%. A participação dos
títulos vinculados à inflação passou de 26,73% para 26,06%. A parcela do
câmbio, que inclui a dívida pública externa, foi a que mais subiu, de 3,85%
para 4,15%.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores
recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o
dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso
dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do
câmbio.
Por:
Agência Brasil