Quinta-feira, 22 de abril de 2021
O relatório
final já foi enviado ao Ministério Público, que acatou a conclusão da Polícia
Civil e ofereceu denúncia à Justiça contra os policiais que foram presos
provisoriamente até a conclusão do inquérito.
O advogado Geffesson de Moura Gomes trafegava pela rodovia federal BR-230, à altura do município de Santa Luzia, sertão do estado, quando foi abordado em uma operação da Polícia de Sergipe. (Foto: Reprodução)
A Polícia Civil da
Paraíba concluiu o inquérito que apurou a morte do advogado Geffesson de Moura
Gomes, e representou pela prisão preventiva dos policiais do estado de Sergipe,
Osvaldo Resende Neto, José Alonso de Santana e Gilvan Moraes de Oliveira
(Sargento Gilvan), envolvidos no crime. Eles foram indiciados por cometerem os
crimes de homicídio qualificado e fraude processual, pela adulteração da cena
do crime.
O relatório final já foi enviado ao Ministério
Público, que acatou a conclusão da Polícia Civil e ofereceu denúncia à Justiça
contra os policiais que foram presos provisoriamente até a conclusão do
inquérito.
O delegado Glauber Fontes, designado em
caráter especial para apurar o caso, destacou alguns pontos que foram
essenciais para a conclusão do inquérito e que justificam o pedido de prisão
preventiva dos policiais sergipanos.
“Os policiais estavam ali não para prender,
mas para executar, pois os disparos comprovam isso, sendo oito disparos à
queima roupa. Além disso, para tentar ludibriar a investigação eles jogaram uma
arma no carro da vítima e apresentaram essa arma apenas na Delegacia de Patos e
não no local do crime, caracterizando o crime de fraude processual”, disse o
delegado Glauber Fontes.
Outros agravantes foram encontrados durante a
investigação da Polícia Civil da Paraíba, que revelou que o delegado da Polícia
Civil de Sergipe, Osvaldo Resende, já tinha envolvimento em uma situação muito
semelhante no ano de 2020 em Tamandaré, quando assassinou o tio de Luiz
Henrique, que era o alvo que eles realmente queria, ou seja, já havia um
problema familiar entre a equipe do delegado e o investigado Luiz Henrique, que
era o alvo que eles procuravam”, destacou Glauber Fontes.
O que o relatório
aponta é que o advogado Geffesson de Moura Gomes foi morto por engano, pois o
alvo da equipe sergipana era o investigado Luiz Henrique Cunha Carvalho. Outro
ponto é a questão da arma que foi atribuída a Geffesson. Segundo o delegado
Glauber Fontes, a arma tinha sido revendida para um policial militar do estado
de Sergipe que, inclusive, encontra-se preso.
O delegado Sylvio Rabelo, da 3ª
Superintendência de Polícia Civil da Paraíba, que investiga os casos
relacionados a várias cidades do Sertão, destacou que o relatório é preciso e
com base em uma investigação minuciosa, não deixando dúvidas quanto as autorias
do crime.
“No que tange à autoria, não remanescem
dúvidas. O autor dos oito disparos de arma de fogo que ceifaram a vida da
vítima foi o delegado da Polícia Civil do estado de Sergipe, Osvaldo Resende
Neto. Os policiais José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira deram o
apoio necessário para a consumação do crime ao realizarem as abordagem com o
propósito previamente definido: localizar e executar a vítima Luiz Henrique
Cunha Carvalho. O que deu errado, no momento da consumação do crime, foi o fato
de Geffesson ter sido confundido com Luiz Henrique”, ressaltou delegado
Sylvio Rabelo.
“O Ministério Público já ofereceu denúncia e
concordou com a Polícia Civil quanto à prisão preventiva dos indiciados.
Ficamos agora no aguardo da decisão judicial que deverá sair nas próximas
horas”, concluiu o delegado Glauber Fontes.
ENTENDA
O CASO
No dia 16 de março deste ano, por volta das
22h, uma equipe da Polícia Civil de Sergipe entrou em território paraibano para
realizar diligências quando abordou o advogado Geffesson de Moura Gomes, que
trafegava pela rodovia federal BR-230, à altura do município de Santa Luzia,
sertão do estado,
O objetivo era prender um grupo criminoso que
atua em roubos de cargas e outros crimes em Sergipe e que havia se escondido na
Paraíba. Os policiais de Sergipe estavam de posse de mandados de prisão
expedidos pela Justiça para serem cumpridos durante a ação.
Os policiais
sergipano, no entanto, não deram qualquer chance do advogado paraibano se
explicar ou se apresentar, pois, ao confundí-lo com um dos procurados, já foram
atirando e atingiram a vítima com oito disparos à queima-roupa.
Eles ainda levaram a vítima, já sem vida, e a
deixaram na frente do hospital de Santa Luzia. Também apresentaram uma arma de
fogo à Delegacia de Patos como se fosse do advogado e alegando tê-la encontrado
no carro do mesmo.
A Polícia Civil da Paraíba instaurou inquérito
e investigou o caso, pedindo, a princípio, a prisão temporária dos suspeitos, e
agora com a conclusão do inquérito, representou e o Ministério Público acatou,
oferecendo denúncia pela prisão preventiva dos policiais sergipanos.
Por:
ClickPB