Terça-feira, 21 de setembro de 2021
Carta é resposta às acusações do
presidente Jair Bolsonaro, que culpa os estados pelo aumento durante sete
semanas consecutivas do preço do combustível.
— Foto: Economia G1
Vinte
governadores divulgaram nota na qual afirmam que o aumento do preço da gasolina
é um "problema nacional" e não das unidades da federação.
A carta é uma
resposta às acusações do presidente Jair Bolsonaro, que culpa os estados pelo aumento
do preço do combustível.
Na
carta, os governadores afirmam que, embora o preço do combustível tenha
registrado aumento superior a 40% nos últimos 12 meses, nenhum estado aumentou
nesse período o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um
dos tributos que incidem sobre a gasolina.
"Falar a verdade é o primeiro
passo para resolver um problema", escreveram os governadores, entre os
quais aliados de Bolsonaro como Claudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema
(Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás).
"Os Governadores dos Entes
Federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12
meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum
Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse
período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não
somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para
resolver um problema", diz a íntegra da nota.
Sete governadores não assinaram a
carta: Carlos Moisés (Santa Catarina); Ratinho Júnior (Paraná); Mauro Carlesse
(Tocantins); Marcos Rocha (Rondônia); Antonio Denarium (Roraima); Wilson Lima
(Amazonas); e Gladson Cameli (Acre).
Embate
Na semana passada, o preço médio do litro da gasolina subiu pela 7ª semana consecutiva nos
postos, de acordo com levantamento realizado pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio da gasolina chegou na
semana passada a R$ 6,076 por litro, contra R$ 6,059 por litro na semana
anterior, o que representa uma alta de 0,28%. Nos 4.390 postos pesquisados pela
ANP, o preço máximo chegou a R$ 7,199 o litro e, o mínimo, foi de R$ 5,19.
Os
preços cobrados nas bombas viraram motivo de embate entre o presidente e os
governadores.
Bolsonaro tem cobrado publicamente que
os estados reduzam o ICMS para que, dessa forma, os preços da gasolina e do
diesel recuem.
Segundo especialistas, o principal
motivo da alta nos preços dos combustíveis é a desvalorização do real frente
ao dólar.
Em audiência na Câmara, na semana
passada, o presidente da Petrobras, general da reserva Joaquim Silva e Luna,
afirmou que a empresa não repassa oscilações pontuais dos preços
internacionais do petróleo para o valor dos combustíveis no
Brasil.
Composição
de preços
A formação do preço
dos combustíveis é composta pelo preço praticado pela Petrobras nas refinarias,
mais tributos federais (PIS-Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do
custo de distribuição e revenda.
Há ainda o custo do etanol anidro na
gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses
itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.
Signatários
Confira quais
governadores assinaram a nota:
-Rui Costa (Bahia)
-Cláudio Castro (Rio de Janeiro)
-Flávio Dino (Maranhão)
-Helder Barbalho (Pará)
-Paulo Câmara (Pernambuco)
-João Doria (São Paulo)
-Romeu Zema (Minas Gerais)
-Ronaldo Caiado (Goiás)
-Mauro Mendes (Mato Grosso)
-Eduardo Leite (Rio Grande do Sul)
-Camilo Santana (Ceará)
-João Azêvedo (Paraíba)
-Renato Casagrande (Espírito Santo)
-Wellington Dias (Piauí)
-Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
-Renan Filho (Alagoas)
-Belivaldo Chagas (Sergipe)
-Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul)
-Ibaneis Rocha (Distrito Federal)
-Waldez Góes (Amapá).
-Cláudio Castro (Rio de Janeiro)
-Flávio Dino (Maranhão)
-Helder Barbalho (Pará)
-Paulo Câmara (Pernambuco)
-João Doria (São Paulo)
-Romeu Zema (Minas Gerais)
-Ronaldo Caiado (Goiás)
-Mauro Mendes (Mato Grosso)
-Eduardo Leite (Rio Grande do Sul)
-Camilo Santana (Ceará)
-João Azêvedo (Paraíba)
-Renato Casagrande (Espírito Santo)
-Wellington Dias (Piauí)
-Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
-Renan Filho (Alagoas)
-Belivaldo Chagas (Sergipe)
-Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul)
-Ibaneis Rocha (Distrito Federal)
-Waldez Góes (Amapá).
Por:G1 - Brasília