Sexta-feira, 17 e Abril de 2015
Corpos foram
levados para a escola onde meninas estudavam.
Irmãs foram enterradas lado a lado no Cemitério Santa Catarina.
Após um velório rápido, foram enterrados no final da
tarde desta quinta-feira (16) os corpos das irmãs de 8 e 9 anos que morreram
carbonizadas na noite do dia 8 em um incêndio em João
Pessoa. Os corpos das duas meninas foram levados para a escola
onde elas estudavam no bairro Jardim Treze de Maio e enterrados no Cemitério
Santa Catarina, uma semana após o incêndio.
A liberação dos corpos aconteceu na manhã desta quinta
e, segundo o Instituto de Perícia Científica da Paraíba, só foi possível
depois que exames de DNA confirmaram que elas são filhas da mulher que
sobreviveu ao incêndio que destruiu a casa da família. Porém, não foi possível
identificar quem é quem.
Segundo o responsável pelo setor de identificação do
IPC, Israel Aureliano, o resultado saiu mais rápido do que os 30 dias previstos
porque o instituto recebeu amostras de tecidos musculares com qualidade
suficiente para que a identificação fosse antecipada. "O prazo de 30 dias
consideraria situações adversas, mas conseguimos entregar em tempo hábil",
diz.
Apesar disso, ele explica que por esse exame só é
possível identificar que as crianças são as filhas do casal. "A
individualização delas a gente teria que fazer outro tipo de análise, que não
vem ao caso fazer neste momento", explicou.
As duas meninas morreram após um incêndio em uma casa na
comunidade Riachinho, no Treze de Maio. Conforme informações do Corpo de
Bombeiros, as duas meninas estavam dormindo no quarto da casa quando o fogo
começou, enquanto a mãe, Cibele Campos de Oliveira, de 26 anos, e um irmão
delas, de seis anos, dormiam na sala. As duas meninas não conseguiram fugir e
morreram abraçadas no quarto.
Incêndio
Além de destruir o quarto, o fogo ainda se espalhou e destruiu parte da casa. Os vizinhos controlaram o fogo, arrombaram a porta e ajudaram a resgatar a mãe e o filho caçula. A vela que teria causado o incêndio que matou as irmãs foi deixada acesa porque uma das crianças tinha medo de dormir no escuro.
Além de destruir o quarto, o fogo ainda se espalhou e destruiu parte da casa. Os vizinhos controlaram o fogo, arrombaram a porta e ajudaram a resgatar a mãe e o filho caçula. A vela que teria causado o incêndio que matou as irmãs foi deixada acesa porque uma das crianças tinha medo de dormir no escuro.
A mãe relatou que a filha mais nova pediu que a mãe
deixasse a vela acesa. A energia elétrica da casa em que moravam Cibele, as
duas meninas e o filho mais novo havia sido cortada por falta de pagamento.
“Eu tive pena da mais nova, porque ela não queria dormir
no escuro. A mais velha, não. A mais velha disse para deixar a vela apagada,
que não queria a vela acesa. Aí eu disse ‘não filha, sua irmã não quer, ela até
chorou antes’. Ela insistiu que queria dormir com a vela apagada, mas eu deixei
acesa, fora da cama. Acho que em alguma hora o gato bateu e virou no colchão”,
relembrou.
Ainda de acordo com Cibele Campos, que trabalha como
empregada doméstica, ela chegou a solicitar ajuda ao pai das crianças para
quitar o débito com a concessionária de energia elétrica na Paraíba, a
Energisa, mas ele não pode deixar o dinheiro. Por conta do uso das velas com os
filhos pequenos em casa, Cibele contou que pediu à ex-sogra que passasse um
tempo com as crianças até que o débito fosse quitado e a energia elétrica
religada, mas também não conseguiu ajuda.
Do G1 PB