Quinta-feira, 08 de Outubro de 2015
Ele foi destituído
após dizer que entende religiosos que caem em tentação
RIO
A Igreja Católica italiana
destituiu do cargo de padre, nesta quarta-feira, o religioso Gino Flaim, de 75
anos, após ele afirmar que as crianças eram em parte responsáveis pelos casos
de pedofilia envolvendo religiosos. Ele disse que compreende alguns padres que
cometem o crime. A diocese da cidade de Trento comunicou que Flaim foi removido
da posição que ocupava na paróquia e proibido de pregar.
“Infelizmente, há crianças que procuram
afeto, porque eles não têm em casa e se encontram algum padre, este pode cair
em tentação. Eu entendo isso”, disse o padre em entrevista ao canal italiano
“La 7”.
Perguntado
se as crianças eram em parte responsáveis pelos casos de pedofilia, Flaim
respondeu: “Em muitos casos, sim.”
Em um comunicado, a diocese afirmou que
os comentários do padre não refletem a posição da diocese sobre o abuso sexual
de crianças e contradiz o “sentimento de toda comunidade católica” sobre esse
tipo de escândalo.
A declaração de Flaim é mais um
acontecimento que joga pressão sobre o Sínodo da Igreja Católica, que reúne
centenas de religiosos no Vaticano para discutir sobre como a instituição deve
se adereçar a assuntos como divórcio, homossexualidade e uso de preservativos.
No sábado, o Vaticano afastou um monsenhor que trabalhava na Santa Sé depois
que ele deu entrevistas revelando que é gay e tem um namorado.
Nos últimos 15 anos, a Igreja Católica
Romana tem sido abalada por escândalos sexuais envolvendo sacerdotes. A
instituição foi duramente criticada por não excomungar os religiosos que
cometeram esse tipo de crime.
Desde que se tornou líder da Igreja, o
Papa Francisco encontrou duas vezes com vítimas de abuso sexual. A reunião mais
recente aconteceu durante a visita do pontífice aos Estados Unidos. Na ocasião,
o Papa prometeu que “todos os responsáveis serão responsabilizados”.
Por O GLOBO

