Domingo, 10 de junho de 2018
O ex-ministro
minimiza as chances de Bolsonaro na disputa. "Tem sete segundos na TV e
não tem candidatos a governador competitivos. É um projeto personalista, que
poderá chegar a 18% ou 20%"
Foto: Fabio Lima/O POVO
Ciro Gomes disse nesta sexta-feira, 9, que
não acredita na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente. O
pré-candidato do PDT a presidente apostou que disputará o segundo turno conbtra
Geraldo Alckmin (PSDB). Nas mais recentes pesquisas dos principais institutos,
nenhum dos dois chega a 10% das intenções de voto.
Em visita a Buenos Aires, Ciro negou que
polarize a disputa com Jair Bolsonaro (PSL-RJ). "Eu não rivalizo com
Bolsonaro, rivalizo com Lula, e Lula, no meu cálculo doído que seja, não será
candidato", afirmou em visita a Buenos Aires. As informações são do jornal
O Globo.
A despeito do desempenho fraco nas pesquisas
até agora, ele apostou que o candidato do PSDB acabará subindo quando a
campanha começar. "Alckmin tá lá embaixo, passando o pão que o diabo
amassou, não decola, mas fatalmente crescerá. Pela minha experiência, o meu
adversário do segundo turno é o Alckmin".
O ex-ministro explicou a razão de achar que
Alckmin é mais competitivo que Bolsonaro, apesar de as pesquisas mostrarem o
contrário por enquanto. "Bolsonaro tem sete segundos na TV e não tem
candidatos a governador competitivos. É um projeto personalista, que poderá
chegar a 18% ou 20%. Alckmin terá vários candidatos a governador, a senadores.
Alckmin só tem a crescer, e Bolsonaro só pode cair".
Sobre o próprio desempenho, ele
acredita que deve aparecer entre 10% e 12% das intenções de voto na pesquisa
Datafolha que será divulada neste fim de semana. Ciro avalia que se favoreceu da greve dos caminhoneiros e
acha que pode estar empatado com Marina Silva (Rede), objetivo que ele só
projetava alcançar dentro de um mês, conforme disse.
"A greve dos caminhoneiros me
ajudou, muita gente começou a falhar e eu tomei posição e isso me deu
visibilidade".
Sobre o lançamento da candidatura de
Lula nesta sexta, Ciro foi questionado até pela imprensa argentina, mas disse
que não iria se manifestar. "Há 16 anos, o presidente Lula assumiu o poder
no Brasil e todos os dias, até hoje, eu o apoiei. E todas as vezes que fiz
algum comentário que desagradou uma parte da burocracia do PT fui intensamente
criticado, para usar uma palavra moderada. Por isso, compreendendo o trauma e
pelo respeito pelo momento do PT, eu me reservo o direito de não fazer mais
nenhum comentário sobre o PT e seus rumos estratégicos".
O Povo Online