Quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Polícia
diz que traficantes iam atacar rivais, foram interceptados e houve troca de
tiros. Nenhum policial foi baleado e as viaturas que atuaram na ação não têm
marcas de tiro.
IML inicia remoção de corpos de mortos pela PM na madrugada, em Manaus — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Dezessete
pessoas foram mortas por policiais na madrugada desta quarta-feira (30) durante
ação para conter grupos criminosos na Zona Sul de Manaus. Segundo a polícia, as
vítimas são integrantes de uma facção que planejava homicídios contra um grupo
rival. Nenhum PM se feriu.
17 morrem após troca de tiros com a Polícia Militar em Manaus — Foto: Eliana Nascimento/G1 AM
De acordo com o comandante geral da PM, coronel Ayrton Norte, a
polícia recebeu denúncia de que, ao menos, 50 pessoas armadas estariam em um
caminhão baú, em direção a um beco conhecido como JB Silva, na Rua Magalhães
Barata, entre os bairros Crespo e Betânia, na Zona Sul.
O objetivo desse grupo, segundo o
comandante, era atacar uma facção rival. Nenhum PM foi baleado, e as viaturas
que atuaram na ação não têm marcas de tiros.
"Nossas viaturas de ronda e com a
Força Tática foram até o local, houve o primeiro confronto, em que a Força teve
êxito na intervenção policial [de um homem]. Em seguida, os policiais da Rocam
foram acionados para dar apoio nessa ocorrência com cinco equipes. Nós tivemos
três confrontos e nesses três totalizamos outras 16 intervenções policiais por
parte da Rocam. Ou seja, ao todo foram 17 intervenções policiais",
detalhou o comandante ao contabilizar os mortos pela corporação.
Durante a abordagem policial, a maior
parte dos suspeitos conseguiu fugir. Ainda não se tem informações sobre a
localização do caminhão que era usado pelo grupo. Todos os 17 baleados foram
conduzidos ao Pronto-Socorro e Hospital 28 de agosto, onde foram confirmadas as
mortes.
A polícia apreendeu durante a ação 17 armas de fogo, entre
revólveres e armas de grosso calibre. Elas foram apresentadas pela PM em frente
ao hospital, em cima das viaturas.
"Ao todo foram 17 armas
apreendidas, armas de grosso calibre, inclusive tem uma uma sub-metralhadora,
várias pistolas e revólveres, o grupo estava bem armado. As armas serão levadas
para a Delegacia de Homicídios, onde serão apresentadas", informou o
comandante da PM.
Ainda em entrevista, o oficial informou
que, no confronto, alguns policiais tiveram escoriações pelo corpo, mas não
foram baleados ou ficaram feridos gravemente.
"Os policiais tiveram que se
abrigar, era um beco e os criminosos têm uma visão de tiro privilegiada, mas o
tirocínio dos policiais fez com trouxéssemos esse resultado", conclui.
"Polícia
intervém tecnicamente"
À tarde, o
secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas, coronel Louismar
Bonates, se pronunciou sobre as mortes. Ele afirmou que "a
polícia não mata, a polícia intervém tecnicamente". Ainda
segundo o comandante, foi o "maior confronto do Amazonas".
"Nós sentimos pelas famílias. O
trabalho da polícia não é ter esse tipo de confronto. É, sim, prender as
pessoas. Mas, se eles [suspeitos] vierem trocar tiros com a polícia,
infelizmente as suas famílias é que vão chorar pelo ente perdido", disse o
coronel.
Operação da PM contra traficantes deixa 17 mortos em Manaus — Foto: Juliane Monteiro/G1
Vítimas
Até o momento não
foram divulgados os nomes dos mortos durante a operação. A Secretaria de
Segurança afirma que nenhum nome foi oficialmente confirmado e que a
identificação dos corpos está sendo feita conforme previsão legal.
Apenas um jovem, de 17 anos, foi identificado pelo tio. Na
entrada do IML, já na manhã desta quarta-feira, Cristóvão Carvalho, tio do
menor de idade Alexsandro Custodio Carvalho, contou do envolvimento do rapaz
com as drogas e o crime.
"A gente [família] estava fazendo
o possível e impossível para tirar ele dessa vida, mas as coisas são assim.
Nesse mundo do crime não tem volta, né? É cadeia ou cemitério. Ele estava nessa
vida há dois anos. Começou usando droga e a gente falava pra ele sair dessa
vida. Infelizmente aconteceu essa tragédia, várias pessoas foram assassinadas
pelos policiais", comentou Cristóvão.
Por: G1 PB