Segunda-feira, 01 de maio-(05) de 2024
Processos apontam abuso de poder econômico, uso de caixa dois e
utilização indevida de meios de comunicação
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Sergio Moro será julgado pelo TSE (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado) |
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
começa a julgar a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) na próxima
quinta-feira (16), às 10h. Também há sessão marcada para o próximo dia 21.
O julgamento de Moro no TSE abrirá
precedente sobre a atuação da Justiça Eleitoral para quando houver gastos de
candidatos no período anterior à campanha eleitoral.
Na última quinta-feira (9), o relator,
ministro Floriano Marques, liberou para julgamento os recursos apresentados
contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que rejeitou
a cassação do mandato do senador no último dia 9 de abril.
Os processos, analisados em conjunto,
apontam abuso de poder econômico, uso de caixa dois e utilização indevida de
meios de comunicação durante a pré-campanha eleitoral de 2022.
Um dos recursos contra a decisão do
TRE-PR foi apresentado pela Federação Brasil da Esperança (formada pelos
partidos PT, PV e PCdoB) e aponta equívocos cometidos na análise das provas dos
autos pelo desembargador Luciano Falavinha. A federação diz que a corrida
eleitoral de Moro foi impulsionada com abuso de poder econômico.
Para o presidente do PT no Paraná,
Arilson Chiorato, até mesmo discursos de magistrados desfavoráveis à cassação
apontaram indícios de irregularidades na campanha.
“Além
de dois votos a favor da cassação e do parecer do Ministério Público Eleitoral,
alguns dos outros votos também indicaram a existência de um volume alto de
recursos na pré-campanha, colaborando com a nossa tese. Peticionamos o processo
para que a Justiça seja feita. O gasto de campanha, somado ao gasto de pré-campanha,
extrapola o limite legal. Entendemos que Sergio Moro abusou economicamente e
precisa ser responsabilizado por isso”, argumenta Chiorato.
O advogado da federação, Luiz Eduardo
Peccinin, destaca a fala em que Moro admite a finalidade de seus gastos.
“A decisão do TRE-PR toma premissas
equivocadas para desconsiderar quase integralmente o dinheiro gasto por Moro.
Mais, divide a pré-campanha de Moro ignorando que o próprio senador confessou
publicamente que empreendia um ‘projeto nacional’ que naufragou e, portanto,
assumiu os riscos de gastar como um candidato a presidente e violar a paridade
de armas eleitoral”.
Por: Gabriela Coelho, do
R7, em Brasília