Terça-feira, 25 de junho-(06) de 2024
Cadastro de aposentados e
pensionistas teve segurança reforçada
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INSS. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil) |
Cerca de 40 milhões de aposentados e pensionistas tiveram dados
cadastrais expostos por meio de acessos sem controle, confirmou em nota o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O problema ocorreu por décadas por
meio de logins de
servidores públicos de órgãos externos ao INSS que se aposentaram, foram
exonerados ou pediram demissão.
O problema,
ressaltou o órgão, não causou prejuízos aos cofres públicos porque o Sistema
Único de Informações de Benefícios (Suibe) não é usado para liberar benefícios.
O sistema apenas armazena dados dos beneficiários como nome, Cadastro de Pessoa
Física (CPF), tipo de benefício (aposentadoria, pensão, salário-maternidade,
auxílios e Benefício de Prestação Continuada), data de concessão e valor
recebido.
Segundo o INSS, em
gestões anteriores, foram distribuídas senhas a outros órgãos federais para o
ingresso ao sistema. A distribuição era feita a órgãos de controle, como a
Controladoria-Geral da União, e à Advocacia-Geral da União, para a defesa do
governo em ações judiciais. No entanto, não havia monitoramento para as senhas.
O acesso era feito apenas com login e senha, sem
camadas de segurança como autenticação de duplo fator, certificado digital e
criptografia.
Após os servidores
de órgãos externos deixarem as funções, os logins e as senhas
continuavam válidos, podendo cair nas mãos de hackers, fraudadores ou
criminosos. Um dos possíveis usos das senhas externas é a venda de dados a
financeiras que oferecem crédito consignado a beneficiários. Outra
possibilidade é que criminosos, de posse dos dados, tenham pedido crédito
especial no nome do segurado do INSS.
Medidas
No comunicado, o
INSS informou que a Dataprev, órgão que desenvolveu a solução tecnológica do
Suibe, detectou um aumento no fluxo de pedidos de informações ao sistema. As
senhas externas foram suspensas imediatamente, e o governo criou um protocolo
para a concessão de acessos por outros órgãos federais. O acesso externo agora
exigirá certificado digital e criptografia.
“Um servidor de
alguns dos órgãos que têm acesso ao Suibe se aposenta ou passa em outro
concurso e detém a senha. Ele não era ‘descadastrado’. Agora, com a
certificação digital e a criptografia, quem tiver a posse da senha ficará sem
acesso”, destacou o INSS na nota.
O INSS informou
que ainda está levantando o impacto da exposição de dados dos beneficiários e
verificar se, de fato, houve vazamento de informações. Somente após a conclusão
das análises, o caso será encaminhado à Polícia Federal.
“O Suíbe foi o
primeiro sistema extrator de dados do INSS que teve o fluxo de acesso alterado
pelas novas regras de segurança tecnológica, que estão sendo renovadas em 2024.
Os sistemas que geram a concessão de benefícios já estão com a nova camada de
segurança”, destaca o comunicado.
Paralisação de estatísticas
Antes de
acrescentar camadas de segurança ao Suibe, o INSS desligou o sistema no início
de maio. A desativação temporária paralisou a produção de estatísticas, como o
Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps).
Com informações
detalhadas sobre a concessão e o pagamento de benefícios, o Beps é feito com
base nos dados do Suibe. A edição mais recente do relatório foi produzida em
fevereiro deste ano.
Por: Agência Brasil