Quinta-feira, 19 de setembro-(09) de 2024
Até então, o recorde havia sido
registrado no ano passado, quando a arrecadação de agosto totalizou R$ 172,8
bilhões
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(Foto: Edu Garcia / R7) |
O governo federal embolsou R$
201,6 bilhões com impostos e contribuições no mês de agosto, mostram dados
revelados nesta quinta-feira (19) pela Receita Federal. O montante corresponde
ao maior valor nominal de toda a série histórica, iniciada em 1994, para o mês.
Quanto a Receita arrecadou
Governo federal
arrecadou R$ 201,6 bilhões em agosto. O valor é o maior para o mês em 30 anos.
Até então, o recorde havia sido registrado no ano passado, quando a arrecadação
de agosto totalizou R$ 172,8 bilhões.
Desemprenho arrecadatório é o segundo maior deste ano. O valor embolsado em
agosto fica atrás apenas do obtido em janeiro (R$ 280,6 bilhões). No acumulado
dos primeiros oito meses de 2024, a arrecadação federal totaliza R$ 1,73
trilhão. No mesmo período do ano passado, a soma foi de R$ 1,52 trilhão.
Arrecadação cresce acima da inflação em um ano. Com a variação nominal de
16,68% na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta real (acima da
inflação) alcança 11,95%. Já entre janeiro a agosto de 2024, o acréscimo sobre
o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 9,47%.
Valores mantém evolução positiva da arrecadação federal. No primeiro semestre,
o embolso de R$ 1,3 trilhão do governo representou a maior arrecadação da
história para o período. O recorde foi repetido em julho, quando as receitas
somaram 231 bilhões.
Por que arrecadação aumentou
Medidas aprovadas
pelo governo ajudam a explicar o resultado. Segundo a Receita Federal, o
aumento da arrecadação pode ser justificado pelo retorno da tributação do
PIS/Cofins sobre combustíveis, pelo decreto que adiou o recolhimento de
tributos devido às chuvas no Rio Grande do Sul e pela tributação dos fundos
exclusivos e atualização de bens e direitos no exterior.
“Neste mês estamos recebendo a primeira parcela do diferimento dos tributos
prorrogados por conta da calamidade no Rio Grande do Sul. Por isso, houve um
efeito positivo de R$ 3,6 bilhões. Nós conseguidos estimar esse efeito.”
Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal.
PIS/Pasep e a Cofins totalizaram arrecadação de R$ 45,7 bilhões. O Fisco afirma
ainda que o desempenho é explicado pelo aumento real de 7,35% da produção
industrial, de 7,2% do volume de vendas do comércio e de 4,3% do montante de
serviços prestados. As duas avaliações consideram as pesquisas realizadas pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para os setores.
Receita Previdenciária contribui para arrecadação de R$ 54,7 bilhões. O
resultado conta com o apoio do crescimento real de 14,53% das remunerações. “A
massa salarial tem crescido na ordem de dois dígitos todos os meses”, avalia o
auditor-fiscal Marcelo Gomide. Já o Imposto sobre Importação e o IPI-Vinculado
à Importação tiveram uma arrecadação conjunta de R$ 9,67 bilhões.
Estimativas mostram que as altas reais poderiam ser menores. Sem considerar os
“pagamentos atípicos”, como a volta da tributação sobre os combustíveis, o
Fisco avalia que haveria um crescimento acima da inflação de 9,13% na
arrecadação contabilizada em agosto. Já no período acumulado, a alta real seria
de 7,04%. “Esses fatores não devem ser repetidos até o final deste ano”,
reconhece Malaquias.
Por: Folhapress