Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Motivo é desconhecido, mas
autoridades descartam causas ideológicas; rei e rainha da Suécia visitam local
do crime
Um balanço divulgado pela polícia da
Suécia nesta quarta-feira (5) confirmou que o atirador que atacou um centro de
ensino para adultos na véspera matou dez pessoas antes de cometer suicídio. A
polícia descartou motivação por razões ideológicas.
O suspeito atirou na polícia quando
eles chegaram à escola e provavelmente se matou em seguida, disseram as
autoridades. “Muitos elementos apontam na direção de um suicídio”, afirmou o
comandante da polícia de Orebro, Roberto Eid Forest, em uma entrevista coletiva.
O autor não era conhecido pela polícia, que tenta determinar a motivação do crime. “No momento não há indícios de “motivos ideológicos”, disse Forest. O atirador teria agido sozinho.
O autor não era conhecido pela polícia, que tenta determinar a motivação do crime. “No momento não há indícios de “motivos ideológicos”, disse Forest. O atirador teria agido sozinho.
A polícia não informou o número exato
de feridos, nem a gravidade de suas lesões. As autoridades regionais afirmaram
apenas que seis pessoas foram internadas por ferimentos provocados pelos tiros.
De acordo com o canal TV4, a polícia
executou uma operação de busca na casa do atirador em Orebro na terça. Segundo
a emissora, ele era um homem de 35 anos, com licença de porte armas e sem antecedentes
criminais.
A polícia disse ainda que o atirador
não tinha conexão com gangues. Ele havia mudado seu sobrenome vários anos
atrás, sem indicação clara do motivo.
O jornal Aftonbladet, que citou pessoas
próximas ao suposto criminoso, afirma que ele vivia recluso, não tinha emprego
e estava afastado de parentes e amigos. A publicação afirmou ainda, citando
fontes não identificadas, que o agressor escondeu sua arma em uma caixa “em
forma de guitarra” e trocou de roupa no banheiro da escola antes de começar a
atirar.
O massacre aconteceu durante a tarde no
campus Risbergska. Dois professores afirmaram ao jornal Dagens Nyheter que
ouviram tiros nos corredores. “No começo foram muitos tiros, então a calma
voltou por meia hora, antes de começar de novo”, disse Patrik Soderman.
“Ficamos deitados embaixo das mesas”, completou Miriam Jarlevall.
Os alunos do centro para adultos e das
escolas próximas ficaram confinados por várias horas. Uma adolescente que
estuda nas imediações disse que viu corpos no chão diante do centro de ensino,
além de pessoas em pânico e chorando.
O rei Carl 16 Gustaf e sua mulher,
Silvia, assim como o primeiro-ministro Ulf Kristersson, foram até a cidade de
Orebro nesta quarta para conferir o cenário do massacre, que fica 200
quilômetros ao oeste de Estocolmo. A rainha, de origem brasileira, carregava um
buquê de flores brancas nos braços.
“O processo de luto é difícil de fazer
sozinho”, disse o rei aos repórteres após colocar as flores brancas em um local
memorial com velas perto da escola. “Acho que toda a Suécia sente que
experimentou este evento traumático.”
As bandeiras estavam a meio mastro em
Orebro, cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, assim como no parlamento e
no palácio real em Estocolmo.
O ataque foi o pior massacre na história
da Suécia, afirmou Kristersson, que admitiu que “há muitas perguntas para
responder”. “Mas chegará o momento em que saberemos o que aconteceu, como
aconteceu e quais as motivações.”
Velas e flores foram colocadas perto da
escola, onde policiais continuavam suas investigações. Policiais ficaram nas
proximidades sob um céu cinzento.
Muitos estudantes no sistema de
educação de adultos da Suécia são imigrantes em busca de qualificações para
ajudá-los a encontrar empregos no país nórdico, enquanto aprendem sueco. A
escola onde o ataque ocorreu ensina adultos que não concluíram a escola ou estão
buscando notas mais altas para acessar o ensino superior. Está localizada em um
campus que também abriga escolas para crianças.
Apesar de raros, há precedentes de
ataques contra escolas no país. Em março de 2022, um estudante de 18 anos matou
a facadas dois professores em uma escola de ensino médio na cidade de Malmo,
sul do país.
Em outubro de 2015, três pessoas
morreram em um ataque racista em uma escola na cidade de Trollhattan, oeste do
país. O criminoso, que estava armado com uma espada, foi morto pela polícia.
Com informações do Folhapress