Segunda-feira, 15 de janeiro-(01) de 2024
Luciana cita a alta de dados sobre pesquisas sobre o tema nos últimos anos e fala sobre os sintomas do TDAH. Além disso, ela diz se é mito ou verdade questões como se o transtorno impossibilita a criança de ter uma vida normal, se quem tem TDAH é menos inteligente.
Psicopedagoga Luciana Brites, CEO do Instituto Neurosaber
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta cerca
de 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos
últimos anos o interesse pelo tema fez com que as buscas sobre o assunto
aumentassem. Dados do Google Trends analisando 2021 e 2022 mostram que as
pesquisas relacionadas ao TDAH dobraram no país. A alta no Brasil passou de
mais de 100% e na estimativa mundial, o aumento foi de mais de 60%.
O TDAH inclui
sintomas como dificuldade de permanecer sentado, de escutar os outros e de
seguir instruções. No entanto, é preciso esclarecer algumas informações que
acabam elaborando impressões sobre um assunto que merece total atenção. É
preciso destruir a barreira do preconceito. A informação é o melhor caminho.
Muitos acreditam que o TDAH impossibilita a criança
de ter uma vida normal. Isso não é verdade. Uma criança com o transtorno em
geral precisa receber tratamento específico e multidisciplinar, com
psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou outros especialistas. Além disso,
cada caso deve ser olhado com atenção, pois cada criança apresenta uma
necessidade e uma demanda diferente para os profissionais.
Existe quem pensa que pessoas com TDAH são menos
inteligentes. Isso é mito. Primeiro, é necessário esclarecer que uma pessoa
diagnosticada que recebe o devido acompanhamento e tratamento tem a
inteligência na média e até acima da média, com desempenhos surpreendentes.
Vale destacar que, embora as pessoas com o
transtorno apresentem alteração na concentração, elas podem ter bom rendimento
dentro da sala de aula e no ambiente de trabalho.
Também se pressupõe que as características mais
marcantes do TDAH são a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade. Essa
afirmação está correta. Por ser um transtorno neurobiológico, os traços
característicos do TDAH precisam ser notados também em dois ou mais ambientes
de convívio como o familiar, a escola, o cursinho, a igreja, entre outros.
Esses lugares são determinantes para perceber o
comportamento da criança para que, a partir disso, ela seja acompanhada e
encaminhada ao tratamento que será eficaz. Além disso, os professores devem
estar atentos em sala de aula para identificar e ajudar os estudantes com o
transtorno. Os principais comportamentos de estudantes com TDAH são
incapacidade para realizar tarefas demoradas, impaciência para esperar,
distração constante, perda e esquecimento do material escolar e movimentos
físicos em excesso.
O TDAH não tem uma cura, mas, sim, tratamento.
Lembre-se de evitar julgamentos. Busque informações com especialistas ou em
fontes seguras e confiáveis.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto
NeuroSaber (https://institutoneurosaber.com.br/),
autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, pedagoga,
palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e
Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em
Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação ISPE-GAE São Paulo, além
de ser Mestra e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie.
Por: PBNews