Sexta-feira, 26 de janeiro-(01) de 2024
Matéria de Nailson Júnior com Multipla Comunicação
Uma das doenças mais antigas da humanidade, a
hanseníase ainda é alvo de preconceito e desinformação. Para desmistificar o
assunto, o dermatologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Diogo Pazzini,
esclarece os principais sintomas da patologia, que pode levar de dois a sete
anos até que os primeiros sintomas apareçam.
Uma das doenças mais antigas da humanidade, a
hanseníase ainda é alvo de preconceito e desinformação. Para desmistificar o
assunto, o dermatologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Diogo Pazzini,
esclarece os principais sintomas da patologia, que pode levar de dois a sete
anos até que os primeiros sintomas apareçam.
“A hanseníase é uma doença infecciosa crônica
causada por uma bactéria. Trata-se do bacilo chamado Mycobacterium leprae. A
sua transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento,
elimina o patógeno por meio de secreções nasais, tosses ou espirros”,
contextualiza.
Segundo o especialista, os sintomas podem surgir
entre dois e sete anos a partir da contaminação. “Na fase inicial da doença,
podem surgir lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de
sensibilidade. As formas mais graves são as que geram comprometimento
neurológico, com alterações motoras e deformidades”, acrescenta.
Dados recentes do Ministério da Saúde apontaram,
em 2023, 305 casos da enfermidade na Paraíba. O Brasil faz parte da lista de 23
países prioritários para a hanseníase, definida pela Organização Mundial de
Saúde (OMS).
Pazzini, que também é sócio titular da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), cita que parte da população é resistente à
doença e não vai desenvolvê-la mesmo estando em contato com a bactéria. Ainda
assim, ele alerta para que não haja negligência com a condição.
“Caso a pessoa perceba alguns sinais, como manchas
na pele esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade, associadas
ou não ao formigamento nos membros, tem que procurar imediatamente um médico
para ter um exame detalhado, o diagnóstico e a assistência correta”, alerta.
O tratamento é feito por meio de comprimidos ao
longo de um período que varia entre seis meses e um ano. A medicação é
disponibilizada pela rede pública. A intervenção precoce é fundamental, uma vez
que a hanseníase afeta a pele e os nervos e a demora pode levar a sequelas
incapacitantes.
Ainda conforme o especialista, logo após o início
do medicamento, o paciente não transmite mais a doença e não precisa mais ficar
isolado, como acontecia antigamente. Ele ressalta a importância da informação
para combater estigmas e garantir o tratamento adequado.
“Ainda existe muito preconceito relacionado à
hanseníase. Isso se deve, em grande parte, à falta de informação e ao estigma
relacionado a conceitos arraigados na sociedade. Estamos falando de uma doença
milenar, por muitos anos denominada de lepra, que afastava os doentes do
convívio social, isolando-os em instituições. Isso ocorria em virtude da inexistência,
à época, de medicamentos eficazes. Assim, tentavam evitar a transmissão. No
entanto, hoje, nada disso faz sentido, como já expliquei na questão referente
ao tratamento”, reitera.
Por: Nailson Júnior com Multipla Comunicação